Blog liberto a público de arte abstrata-concreta, literatura mundana, jornalismo experimental e direito cotidiano. ¡Pensare reactivus est!

sexta-feira, 27 de abril de 2007

Grafotecagem


Utópico 25º Dadaísmo do horário de aqui para vosso ponderado sei lá.

A folha não cabe em si: meu, teu pensamento. Inoperacionalidade. o espelho olha-nos feroz, cintilado de agouros. A tela é falsa, estúpida. Escrever a poesia tornou-se [tornou-se?] quase que mais difícil, quanto sobre ela. Ler uma história nos serões de qualquer hora está (ultra) passado.

A vida não é um livro em branco, anotável, anunciável, mercearizável. Mas o destino, a escolha, esses são mesmo facinhos pra alienar; taí! Uma rica rima prum cronista pobre: rocambole classe média - Estão todos servidos ao banquete? Filosofemos ante(s), portanto.

A minha opção foi a mais doída, segregada e cruel: a rotina pão-circo-praça-fórum-academia [alimento-artes-lazer-emprego-estudos]. Minha casa, meus conviventes amigos(as) nem eles me comportam, suportam... nada mais ou menos. Somente.

O intelecto me fora sempre sovina, avaro aos tamanhos ímpetos meus. Ministralmente, discurso a vós: a Gramática, mo sei, rude é comigo; o talante, Léxico não lo concebido sei-o; a Lógica, aquela impostora de taquilogias, ingrata de sopetão intermitente. Afora isso, os medos: de passar frio, fome, sede, tortura, perdição, traição, descaraterização, insônia, enxaqueca, solidão, ignorância, anomia, cova. Eis aí um intertexto, para os aprendizes do bruxo carioca ou do nosferauta teresinense.

Ah, passou, aliviou, abrandaram as impaciências de dentro, da vulgar ou recatada consciência. Sem mais literalgia alguma. Doutor, professor, mamãe e papai: queremos dias e noites e tardes... madrugadas e alvoreceres poentes mudos, surdos; permita-mo-nos tão só algumas tateadas no vento, olfatadas na plúvea névoa, visualizadas no furta-cor concentrado. Parar para escrever depois de continuar elucubrando tanto diagrama indo-arábico é coisa pra alquimista, criticistas e metódicos.

Ao sono, ao repouso, às inconsciências - elas que estavam acertadas.

17/04/2007
JotaPê
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Um comentário:

Anônimo disse...

putz!!!

sería isto uma elucubração in front of the mirrow sobre as coisas que já não vivemos mais em nossa corrida (e sonhadora) juventude JP?

caraaaaaaaaaacas!!!

viajei...
aliás...continuo...

Também me ponho a desejar na frente do espelho, coisas que só se vive em filmes, como nadar em um mar azul, passar horas e horas sentindo o vento, o cheiro das flores, ver aquelas folhas amarelas de outono cairem, pisar fundo em uma daquelas estradas sem curvas...

ai ai... tá vendo o que as produções holliwoodianas me fazem? Ainda quer ter "Misirlou" de Pulp Fiction como trilha sonora de tudo... uhauahuahuhaah!!!

perdoe a pseudo-elucubração!
bjs!