
São eles que nascem e já crianças dão trabalho pois não brincam, ou dizem besteiras e nem conversam como crianças normais. eles não dizem, por exemplo: Mamãe, vou jogar peteca na rua ou papai, quero um dindin de uva! não! eles só sabem é ficar carrancudamente a ler, pensar elucubrando e pedir dinheiro pra comprar objetos arcaicos e ou imprestáveis para uma infantilidade pura e simples!
Vida de artista ou pesquisador ou comunicador social é muito difícil! A gente acorda, pensa no que iria fazer, esquecetudo....inclusive que,...sim: que alguém tem de nos despertar na hora certa, fazer café da manhã, arrumar-nos de roupas, calçados, produtos higiênicos de diversas naturezas - desde o cortador de unha, passando pelos sabonetes e perfumes até o pente pros cabelos engrenhar. Afora isto, ainda tem a questão do tempo e do espaço e do juízo: nunca coincidem em harmonia conosco! Quando chegamos na hora, estamos no lugar errado; quando estamos no local exato, perdemos o horário; e quando chegamos a estar no instante e ambiente adequados, foge-nos do espírito a razão para ali havermos de ir ou ser! Parece loucura, mas não é!
O meu sonho era ser sabe o quê? Uma pessoa normal, daquelas dos livros dos anos 1900-50, que pensavam bem antes de agir e arquitetavam melhor as suas atividades profissionais, ordenavam suas precisões, viviam mais e melhor, e totalmente lúcidos, sãos e salvos! Ah, e no final de semana reunir os parentes, amigos e conhecidos das últimas num sítio próximo da cidade, aonde houvessem animais - como cavalos pra cavalgar e pássaros canoros de ouvir à matina - e plantas - como favas pra misturar com arroz, milho de pipoca, e guloseimas como queijo pra comer com tapioca! Durante a semana, segunda a sexta, trabalhar e trabalhar; mas todo fim de semana, descansar o espírito, sempre que preciso!
Mas a minha realidade é outra; ensinam-me que temos de ser é fortes, falsos, ricos e orgulhosos! Sim, apesar de a Igreja e o Colégio dizerem: amai e respeitai, isso é balela, fofoquina perto dos mandamentos da vida civil penalizada! Ah, intelectualóides, porque perdem a inteligência com obviedades, se o importante e ganhar de qualquer forma, a toda maneira e sobretudo sempre!?
Eu, hein! Salve-me quem puder! A arte mata! O dever de ofício, também! Só a inocência, a candidez, o otimismo e a reta razão pra me fazer viver ainda, só vocês...queridos!
