A literatura virtual, isto é, a migração de textos comentados, crônicas, poesias em postagens de blog é algo possível hoje. Posso me comunicar com escritores(as) de outros lugares, por outras palavras e diferentes formatos. Eles também podem corresponder, enviando comentários e críticas. Isto tudo é muito precioso, útil, interessante. Mas, como qualquer tecnologia e logo por ser mecanismo artificial, não substituíra a materialidade, a concreição da arte praticada em ambientes e com gente de fato vivas.
Minhas publicações até agora foram, em sua soma geral, feitas em rabiscos rápidos de papel ou, após reflexão momentânea sobre o assunto de redigir, tecladas diretamente à máquina num bloco de notas para depois serem repassadas à página virtual. Por quê? Pois acredito na velocidade do ciberespaço como um laboratório tendencioso demais ao sucesso fácil do raciocínio planejado. Ao contrário do que pensava antes, a utilização de ferramentas de suporte em mídia digital não tolhera meus pensamentos nem atrofiara meus neurônios. Ainda posso me desligar dela e ter comportamentos de pessoa antiquada, integrante ainda do ramo jornalístico arcaico, tradicional.
Todavia, e isto é importantíssimo, o ato de escrever mensagens com vaga e inarredável feição de relatos pessoais ou subjetivados é algo assim perigoso para o profissionalismo da comunicação social. Daqui por diante nós que trabalhamos com isto temos de estar a nos preparar cotidiana e disciplinadamente para a revolução dos media. Uma informação atual o será por frações de segundos por causa da veloz transcrição aqui na rede mundial de computadores.
A mensagem é o meio e vice-versa. (Dizem os teóricos da "mass comunication"; no que concordo e comprovo.) Se a Internet é o caminho para suprir a vontade de saber dos espectantes internautas e se o número deles aumenta paulatinamente, prevemos a presença de escritores virtuais de notícias para leitores também fictícios de acontecimentos. Vão haver dois mundos, então: o dos seres ainda reais, que praticam a existência e os fatos ou valores notícia; e, d'outro lado, o dos seres irreais, que apenas acompanham a vida de outros (em própria essência) e filtram para si as novidades que lhes fazem satisfação. Nós, agora, estamos ainda numa fase intermediária em que há um terceiro tipo (o qual pode continuar ou não a haver depois) que é o dos "biociborgs", ou seja: temos as duas fases - mecânica e física - a um só instante. Que será de nós é o complexo agora a decifrar ou decodificar.
protesto na central de busantes
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Na central de busantes
uma palavra se ouvia, um eco ardia aos ouvidos:
protesto, protesto...!
Ninguém ao certo sabia
porque aquele grito surgia
nem porque a...
Há 9 anos
Um comentário:
Há um vídeo muito interessante sobre o assunto Software Livre em:
http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa
[é só buscar na opção vídeo]
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