Blog liberto a público de arte abstrata-concreta, literatura mundana, jornalismo experimental e direito cotidiano. ¡Pensare reactivus est!

terça-feira, 27 de março de 2007

Viva a cultura Nordestina! Santa Therezina!
[Viva a(o) povo brasileiro(a)]


Destino. Essa palavra, assim como o signo e os sinais que contém transita por nossas vidas destemida e imaturamente desde sempre. Aparte digno feito, explique-mo-lo; melhor: esquadrinhe-mo-lo..!
Estava o estudante em sua sala de aula de cada dia, entre o devaneio lúcido e a atenção desleixada ao ínterim palestrado na beira da lousa quando, em estranho estalo, liga o telefone (o tal celular, "fever" global) para o caso de alguém telefonar com urgência, importância, ou sei lá assim.
Pois, antes de saída desse afortunado pensamento junto com seu dono até o corredor externo ao citado ambiente, toca o aparelho e atendo-o; é um colega a convidar-me prum espetáculo ao vivo e grátis, palco acústico no shopping center da mesopocity com regionais artistas.
Acolhido o convite para depois do curso, parece que pintou um clima de beleza e fuleragem no ar, no solo, nos movimentos da cabeça, por aí.
Daí fora, agora, o transeunte escritor: apesar do receio pela adiantada marcação de relógio, confiança na comemoração - artes de março... e era justo o show uma bela duma empleitada musicada pro Sivuca; aquele velhim, barbudo e meio corado, de óculos grossos e chapéu, camisa e calças cm sandálias alpercatas de muito tanger gentes forrozeiras pelasua embolada indumentária e instrumental rítmica.
Havia humorista? João Cláudio Moreno estava de regente. E cantora, tinha? A voz gregoriana de Carol Costa gorjeava. Isso sem contar o sanfoneiro Adelsom Viana, [o] flautista, [o] violonista, [o] zabumbeiro e [o] trianguleiro (multi-flex).
A platéia comprazia-se: cadeiras plásticas prumas 200 e tantas, mais o povo que encontrava uma vaguinha em pé com nítida visibilidade e ouça do que brotava ali do altar de veludo com um imitador de padre, contador de lorotas domésticas e políticas, acrescentados comentários só culturais (mesmo com o merchandising do promoter, mas vá lá que dá).
Aliás, a bem dizer, o isolamento e reverberação do áudio pelos colchões no teto estava uma cousa doutra mesmo! Sem falar nos tradicionais canhões de luz multicolor, gelo seco, penduricalhos e firoulas todas...
Repertório selecionado com boas combinações, muita novidade em termos de letras ou melodias pouco ouvidas por esses nossos becos de festa. Revelando-se nos musicistas convidados: talentos ora locais, com alguns já viajados e importados doutras praças regionais dali-acolá.
Mas, sabe, o gostoso e o formidável mesmo foram aquelas tantas pessoas desconhecidas e distintas de classe, gênese, coloração e modos a assistir juntas e harmonísticas ao evento. Que maravilha, hein?!
Bem, bem... os sudestinos que se aprumem e apreparem, prumode queo reboliço da gente por essas catingais-cocais tá é danado de maça! Um mecenatozinho e cobertura midiática (quedê os extras e especiais enviados da revista Piauí nessas horas?!) num chegariam em mau bocado não; deixem quieto aí uma coisinha, seus pessoais, pois nos terraços de nossas academias de feira o xote é dos bons!
Ah, verdade. Cumpadre, agora falemos grosso - ora mais rapaz!

João Paulo Santos Mourão
27/03/2007
"10 pras 2:00h a.m."

Fontes mais apuradoras:
http://portaldaclube.globo.com/noticia.php?hash=d6656e6584daef4890db3de1a3b3dacd&id=409
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Um comentário:

Carlos Rocha disse...

Parabéns,
O texto está bom. É uma crõnica sobre a vida cultural de Teresina.
Falou!