Blog liberto a público de arte abstrata-concreta, literatura mundana, jornalismo experimental e direito cotidiano. ¡Pensare reactivus est!

quinta-feira, 19 de julho de 2007

Huahahaha!

Uma noite no cabaré

À rotina das aulas esfuziantes e reuniões da redação nos laboratórios práticos, a bom gosto chega a conversa corriqueira, o debate-papo descontraído com um bom caráter e bem humorado como o Dirceu Andrade.
Filho de Piripiri, terrinha que nos dá a folote jovens humoristas, anedotistas e animadores de círculos mais à flor da piada, o "etéreo e clorofórmico receptor humanóide" do Zé Bandeira, contou-nos algo sobre suas origens, ambientação de suas primeiras arrumações e trepeças, percalços dos maus pedaços de caminho na arte cômica até chegar aos goles na cerveja a qual ele ali já bebericava, rente ao tamborete-cadeira no palco.
Surgiram, aos pedacinhos, acadêmicos(as) regozijantes nas perguntas; sobremaneira com fatos e notinhas interessantes saídas das bancadas de concreto daquele anfiteatro: foram desde questões mais sérias acerca de incentivo público governamental a projetos como o Teatro Popular a $1,99 até o clímax picante do dia-a-dia (ou noite-a-noite...) de personagens e cenas do '70, '69, Bete Cuscuz, Rancho e outros ditosos bordéis de Teresina.
Dirceu apresenta-se a inícios todo sério, com uma pose de bo~emio degradê (não demodè) 1980; mas, não obstante o receio de o público não corresponder com inquietantes motes ao microfone aberto para eles, o pingo da graça logo emana do figuraça que do púlpito reclama: "Perguntem minha gente, nem que sejam as horas!"
Aí feito estava o esbagaçado espetáculo: rolaram risos emoldurados nas faces de todos ante imitações de seu Manguim, Amadeus Camps, Mariano Marcus e Silvio Mentes, além de abruptos espasmos da drª Clotildis e outros(as) efígies do homenageário popular. (vide by Rivanildu)
Discutiram-se pontos como o fato de se dar nomes de ruas, pontes, praças, barragens...a "fuleiras" da política local; enquanto que, de incentivo aos programas educativo-culturais da FUNDAC é quase nulo o crescimento ou nem mesmo a manutenção das quotas de investimento.
Em complemento, Dirceu começou a desgargantear um monte de piadísticos, sobre os temas do celibato clerical, da moral ortodoxa e picuinhas de gabinete a populacho.
Mas a melhor mesmo foi quando um pedinte pediu(!) licença e subiu pra palavrear sobre o azar de seus últimos dias: tivera a casa incendiada (esse mês de queimadas e ainda tem o aquecimento global pra completar o auê), tinha esposa e alguns filhos, estava em situação de apuros (rapaz, eu quero saber ter o apelo vocativo desse pessoal um dia...); então, o Dirceu que pensara que o cara ia era divulgar uma nota de utilidade pública, ele enfim manjou qual era a do moço e, fingindo apenas cumprimentar o humilde senhor, tirou do bolso uma cédula de mico-leão dourado, dobrou-a japonesamente entre os dedos e ofertou-a manhosamente ao sujeito [que talvez só tenha atinado para o que era aquilo em depois, de tão alheio que estava e de tão estúpido que era mesmo].
Aquilo sim, gesto de amor e artista nessa época...
jun/2007
[...]
No PIPop assisti e ouvi a alguns trechos pela tevê e os melhores momentos, para mim, eram mesmo quando aparecia o Amauri Jucá(ai papai!) e o Dirceu Andrade (cabelelero, meu amorrrr!) apresentando caricaturalmente a verdadeira cara alegre do Piauí.

OBS.: Os nomes das personagens são bastante baseados em pessoas reais que a gente conhece bem!
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