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quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Proclamação hein...De que República?


Um bando de militares encrenqueiros na artilharia e retaguardados civis entre agropecuaristas, comerciários e industriais. É isso que vocês compreendem por Proclamação da República? Não é o que dizem o dicionário e a cultura jurídica: proclamação tem por matéria a eleição e aclamação pública de um fato para com a efetivação dum sistema ou organismo governativo, ou seja, tem de obter o aval do povo, pueblo, populorum, et all. e não de uma fatia minúscula de comandantes, caudilhos, "coronéis", agiotas e empresários especuladores do finado séc.XIX; eles é que mudaram a rota política do país por interesses mais privados que públicos - pois a ala radical não teve o apoio nem a capacidade de mudar o rumo da carruagem, da embarcação, da nave, ou do que quer que associem à nação tupiniquinhamente apelidada Império do Brasil. Analisemos fria e detidamente: a exploração das classes média e da arraia miúda, ela acabou? E a hierarquia e/ou a vocação "hereditária" se alteraram? O governo é da Coisa Pública ou sobre o Poder Público? O Estado é verificadamente soberano e os governos, atos e interesses sociais autônomos e harmoniosos entre as instâncias de Estados Federados? Conversa! Isso nunca aconteceu, nem mesmo hoje, nem amanhã de manhã ou logo depois, car@s "concidadãos"!

Do Brasil, então, mermõezinhos(as) é que não fora proclamada repulicanidade alguma, haja vista toda aquela adrenalina positivista militar e farra capitalista civil fazendeira, mercantilista e maquinariológica ser a que motivara tais ensejos. O país não teve escolha, foi um golpe, como tantos e tamanhos sempre estivemos sofrendo, quedando inertes, impossivelmente desfazíveis estas parafernálias gestoras [o séc.XX está aí repleto de argumentos a embasar o que afirmo].
Recalcitrantes e ruidolorosos me ressoam estes rabiscos retóricos, contudo é firme e formal formular fanfarrices em fúlgidos fatos, é ou não é?
Não, para mim, nunca e jamais, - jamais! Platão é que se vire pra explicar a vós, porque meu Maquiavel não dorme na prateleira faz dias. Os Justus que me perdoem mas Silvio Santos é fundamental. Plim-plim's de lado ficados, hoje é dia de reflexões, determinantemente. E todo dia que vier.
Chega de ficar submerso à esfinge midiática, aos preconceituosos conceitos anti-históricos apregoados por instituições de segunda[como a escola fundamental], de terceira[como o colégio médio], de quarta[como as "superiores" faculdades e universidades, até elas sim, caríssim@s], etc. Basta de fingir e simular ordem, respeito, progresso e ética num mosaico panorama cercado de mazelas, mentiras, incoerências e imperfeições.

E não tolero essa colocação de que - <>. Ah, me preservem de tais boçalidades! A história são apenas histórias de quem nem sequer participou em grande parte das vezes, de quem ouviu falar, ou viu acontecer por ouvidos e olhos alheios, através de relatos, pinturas, fotos, documentos...Tudo isso é pilhéria! Quem faz a história é só quem ousa abrir o gogó e externar o substantivo! Nada mais ou menos.
A História, com esse H aí, é a real, a oficial, a verdadeira - esta possível apenas para quem a vivera e presenciara, e ninguém mais saberá além desse sujeito construidor. Agora histórias com h são muitíssimas, há pra todos os tipos e ideologias, na banca ou livraria mais próxima.
Infelizmente nossa imprensa não dá brecha aos briosos e honestos, apenas os covardes e charlatões têm pedaço celulósico assegurado nas páginas, têm som avolumado nas ondas amplificadas e frequenciadas, têm espectro visionado nas telas e púlpito reservado nas coletivas.
Me desestimula viver sob tais subserviências. E por isto não comemoro hoje como os outros, senão por outra forma: a de delator, a de dedo-duro, a de cabueta da rede, do sistema. Me recuso peremptória e definitivamente a segurar a barra da saia das madames e aparar o sub-zíper dos cavalheiros, esses eternos burgueses, esses repulsivos e retrógrados estúpidos vendidos de quaisquer eras.
Mas páro por aqui, que a matéria não merece algo mais, senão uma citação, quando da libertação para o Velho: nesse momento, o povo do Brasil fala pela boca de Luís Carlos Prestes [e por extensão de Leonel Brizola, personagem conveniente também]:
tivemos a oportunidade e a perdemos! Entregamos de bandeja para eles: viram a porta aberta, entraram; havia mais duas portas, empurraram, ninguém fez nada, entraram e ficaram.
As portas, a que eles fazem referência, são o governo, a sua cabeça e a sua vida.
É o meu pequenino comentário sobre esta República de Farsantes do Brazil.

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Um comentário:

Anônimo disse...

Concordo com a sua crítica, mas acredito que esses nossos eternos discursos efusivos devem sair de espaços restritos para ganhar o mundo! Acredito, lógico, no poder da palavra e da mídia (sendo para efeitos positivos ou negativos)...porém, acredito mais ainda na palavra com ação ... tangibilidade. Precisamos de diplomatas em todos os sentidos!
ps¹: sem querer abusar do espaço, mas já o fazendo ... quando tiver programação cultural divulga mesmo ok?! :)