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domingo, 18 de janeiro de 2009

Esfero(hidro)grafia nordestina

“bacias esferográficas”



São Francisco


Velho Chico

Caboclo D'água assusta

Mas carrancas protegem

Rio das Velhas Histórias

Bebedouro do Gado Sertanejo

Da Serra da Canastra ao Atlântico

O vapor Benjamim Guimarães apita em desespero:

nem ao verter grossas lágrimas voltarias a ser o rio jovem d'outrora.




Parnaíba


Velho Monge

Cabeça de Cuia atenta

Mas a Senhora das Águas guarda

Rio de Águas Barrentas

Fonte para a Selva de Cocais

Do Riacho Água quente ao Delta Americano

O vapor Amarante atracado no cais do Porto das Barcas:

o mar de água doce vira sertão, sem que o sal tenha sequer chegado.




São Francisco e Parnaíba


Rios sedentos

Nordeste em pó

Orvalho de nossas vidas

A Iemanjá peço perdão:

a fé dessa gente não remove mais nem coroas de areia...

Não dá pra afastar esse cálice - derramando, derramado.

[Até a tinta da esferográfica escorre destas bacias]



(JotaPê)
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