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quinta-feira, 16 de novembro de 2006

Vagas ociosidades mentais

Tristhes Tzarismos Dada�stas

Relato Comunicológico

A palavra é meu dom pela vida afora. Sem essa, creio que o mundo e a humanidade nem

poderiam estar assim como hoje estão. Não seriam, também, a linguagem e a expressão tão

completas: faltar-lhes ia um quê de haver o qual lhas pudessem explicar por instrumento simples

e comunicável generalisticamente - o alfabeto, suas sílabas, seus sons, suas grafias, as

primordiais construções morfológicas, sintáticas, semânticas, estilísticas e léxicas...
O texto é nosso labutar pela significação. Dar significados para a essência dos

objetos, seres e coisas ou fenômenos do algo sensível; para a existência nossa mesma e de

nossos convivas enquanto criações de tal iguala e criaturas de tão saber. Entonação dum

espetacular ciclo hereditário vital, de cuja sorte ninguém pôde descobrir ainda razão ou modo

algum para evitar término; aliás, há talvez um jeito de morto viver - que é ter se

personalizado pelas linhas de uma obra.
A conversação e a escritura são dois métodos de uma relação matriz a qual chama-se por

aqui, ali e aí de civilização ou humanização. Sem essas marcas nunca nos perceberíamos ao longo

do tempo histórico e do espaço geográfico, assim como da memória psíquica e da cultura

antropológica. Documentos, das mais variáveis dimensões e/ou formatações nada representariam

sem o mínimo duma explicação falável e escrevível, legível.
Portanto, quando hei eu despertado ao amanhã ou adormecido hoje, posso pensar em

lembrar do ontem, anteontem, tresanteontem ... e aí revivenciar imaginariamente o hojeístico,

até por fim calcular e projetar o providencial porvir amanhã, depois de amanhã, depois de

depois de amanhã ... pois, ao apresentarmos esse característico auto-discursivo e então

transmissível pelas gerações das gentes, ah!- revelar-nos-emos agora civilizados, já os seres

humanóides, práxicos dos símbolos únicos em nosso percurso de espírito: palavra.

João Paulo Santos Mourão
11/11/2006
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