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sábado, 12 de abril de 2008

Sobre as inundações e enchentes nordestinas

Aguardei baixarem as águas do pensamento para opinar sobre as cheias de rios e brejos em diversas municipalidades da região NE. Muitas famílias que foram novamente atingidas tem sido desmerecidamente responsabilizadas por esta situação de alagamento de moradias ribeirinhas mas eu duvido: sem posses de esperanças sequer, sem expectativas de ocupação fixa na cidade - que só cresce, não pára para pensar nos seus desníveis sociais latentes - vive em descompasso com o ritmo avassalador da "Central da periferia".

A questão do inchaço, da conurbação de migrantes dos povoados e vilas de nosso interior rural isolado para as cidades metropolizadas é constante elemento de análise pelos técnicos do caos suburbial: quedê as políticas públicas estruturantes de que tanto falam em showmícios, em remídias bianuais? De campanha em campanha, o problema vira moeda de câmbio eleitoreiro e nunca parece ter solução. Mas só parece, não se iludam: os movimentos estão a se capacitar para o embate ideológico-material.

Não reclamo de um gestor ou elemento político em específico. Minha crítica está endossada mesmo é pela continuidade de falhas tão aparentes, tão notórias. Uma criança de pré-escola sabe o que acontece de errado em seu bairro e já imagina respostas plausíveis para tais defeitos administrativos; por que então um profissional selecionado para tais funções e papéis não desempenha seu ofício com o mesmo ímpeto e cuidado, responsabilidade?

O povo já não aceita mais a cangalha, nem os cabrestos de antes; a ciência e a informação têm chegado progressivamente aos outrora desprezados recintos e a consciência tende a se firmar mais e mais. Por isso, pessoal executivo, quando forem sentar na poltrona para tomar seu copo de água com gás antes de assinar um ato político qualquer, cuidado: pela sua mão passam as digitais de tantos votantes quanto foram contabilizados na sua eleição e eles sim têm de ser a fonte dessa decisão.

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