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sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Chuva de verão na universidade


Chuva de verão na universidade
Antes do final da aula de Metodologia da Pesquisa Científica, olho pela janela da sala: começou a chover grosso. Lá dentro, aparentemente ao mesmo tempo, as lâmpadas dão um sinal de oscilação de energia elétrica e piscam estranhamente. O professor consulta brevemente o seu relógio de pulso; a aula termina em seguida.
Saindo da sala, no pátio a água pluvial flui torrencialmente e o tempo esfria, o ar torna-se úmido, relâmpagos e trovões pontificam: a estação das chuvas já está no auge! A universidade, com o vento, fica com seus espaços cobertos e com áreas livres repleta de gente a se abrigar; muitos aproveitam o momento para conversar e se abraçar, e alguns até a se beijar. Nos banquinhos, carteiras e mesas há debates eufóricos sobre qualquer coisa ( ) mas o clima está influindo nisso também.
Até os gatos, cães e pássaros estão diferentes. Uma mulher sorri e me cumprimenta no corredor da sala dos professores e retribuo-lhe com um sorriso também. Pessoas transitam indecisas, eu sigo a praça das plantas exóticas e relaxo um momento, recostado a uma coluna de concreto, aprecio a paisagem e a situação. A coruja de metal, na sua sapiência, tudo espera imóvel e inatingível. As gotas caem do teto, batem em pedras de seixo e avolumam-se para depois serem sorvidas pelo chão antigo. Agora, goteja; aos poucos, chuvisca, até serenar...
Não há mais tempo para contemplação e ócio, os estudantes, funcionários, servidores, professores e transeuntes voltam à rotina corriqueira. O fluxo normaliza-se e a última gota d’água ali na pedra, orvalha, até que evapora e sublima na nuvem de outra hora, de outro local. (Alguns felizes comentam o banho de chuva, o vento, o ar, o tempo ameno e o clima novo).

jpsm

2012 ou s/d ? 

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