Blog liberto a público de arte abstrata-concreta, literatura mundana, jornalismo experimental e direito cotidiano. ¡Pensare reactivus est!

sábado, 19 de agosto de 2006




Direito Constitucional Eleitoral ou errôneo transvertido eleitoreiro?!

"Dia 1º de outubro você é o patrão, é tu quem vais escolher os funcionários públicos para os próximos quatro anos nos poderes feitores e cumpridores das leis, programas e projetos sociais, políticos, econômicos, culturais,(...): são milhares de deputados estaduais, qüincentenas de deputados federais, octodezenas de senadores, duodezenas de governadores e huma unidade de presidente. [...] Você tem alguma coisa a dizer? Não estou ouvindo. Você tem algo a dizer? [...] A hora de fazer valer o seu voto é agora. Pare, pense e vote. Justiça Eleitoral. Brasil: um país de todos."

Conhecem esses jingles não é? Você, inteligentalho modelar dos plutocratas hodiernos, sabe que não é uma tarefa tão simples "comandar" e "contratar" tantos agregados, serviçais, administrados: a experiência politicanalha terceiro mundista latino-americana, essa subúrbio dos norte-americanos, ess'outra por sua vez micro-burgo dos euro-asiáticos, revela-nos profetizações desgostosas.
O globo agora é mais Globo, Senado, Câmara, Assembléia! A hora brasileira atual é Voz do Brasil! O federalista-republicano agora é Diário Oficial da União, Estado e Município! A campanha avassaladora, virótica, massacrante, ela começou justamente nesse instante: no mês de agosto dá-se a liberdade midiática em televisão, radiodifusão, periódios e impressos (além de panfletagem, carros de som e imagem, abordagem acintosa e abusiva por ruas, bairros em bandeiraços, comícios, caravanas, etc.) para pubicidade e propaganda: felicidade absurda generalizada entre os candidatos de plantão. Eles estão começando a jogar pra valer mesmo é já.

Se alguém aí lembra da famosa discussão acerca da verticalização e do vínculo partidário, saibam ainda que essa idéia é antiquíssima: vem desde antes os tempos do revolucionário gaúcho vovô Gegê, o Vargas. E que de há muito se conversam nos circuitos acadêmicos, advocatícios e tribunalizados sobre o poisé desta cousa... Assim, posso iniciar o plá dest'hora a palpitar: é possível admitir, em sã, sóbria e sincera consciência a vira-e-mexe dança dos filiados políticos dum palanque pra outro, duma sigla pra outra, na maior, à lá vontè, sem mais nem menos? E, nessa mesma estória e ladainha, perguntar: é normal um candidato falar em combate à oligarquia ou despotismo se ele é favorável à reeleição, às candidaturas sucessivas, repetidas, seqüenciadas, às muitas vezes ao mesmo cargo? Findando o causo: é permissível, de perfeito grado geral popular, que um político em atividade pleteie cargo eleitoral mantendo-se (ficticiamente, óbvio) em exercício da atual vocação oriunda da eleição primitiva, anterior?

Minha respostinha, camaradelantes, está nas entrelinhas e entrespaços. Mas, redundando: não, não, e: NÃO! E porque você não faz nada, só fala - poder-se-ia questionar a mim agora. Simples: eu faço! Estou a fazer! Estou estudando, convivendo, participando de um período de mais crises e reviravoltas que os das crianças dos anos 1920, que os adolescentes dos anos 1940, que os jovens dos anos 1960, que os maduros dos anos 1980.[Para que se não me aborreça a mente com o peso de não-explicação, refiro-me aqui à desmascaragem incensurável dos políticos e à atuação livre do conjunto popular]. Nos anos 1990 e 2000 a situação e os cenários são tudo metamorfoses, mutações, transfigurações, mudanças. Não critico os que lá estão: são os eleitos, ôxe! Porém, contudo, entretanto, todavia, adversativando bastante, foram imensuráveis as impensadas cédulas ou cliques, depositadas ou digitados nas urnas eleitorais, desses últimos períodos acima citados: escândalos fartamente aproveitados pela imprensa aí os provem e os lembrem.

Portanto, para não seguir com mais delongas imprestáveis, vou ao objeto mor desse texto: conscientização política, alfabetização social, solidariedade de pensamento, hombridade de opinião. Se até agora quando me pedem comentário sobre os meus votos, digo bem depressa: é número "0" e confirma, do início ao fim! é porque ainda não me convenceram nem um desses oportunistas que aí se apresentam; mas, conforme citado, a propaganda político-partidária obrigatória em rede nacional é o prenúncio do que poderá acontecer: até eu virar a mente (minha ou dos outros), quem vai descobrir?!

O importante mesmo é a minha convicção da necessidade mais urgente de respeitar minha vontade, meus ideais e práticas em harmonia com o status societatis em vigor. Se não gosto e não me interesso por nada espúrio até esse momento oferecido à escolha, coçem-se vocês e seus padrinhos/madrinhas politiqueiros.. ora ora! Quem procura apoio e solução dos seus problemas pelo arbítrio de outros, esteja pronto para o resultado disto advindo. Prefiro e pretendo continuar defendendo meu intento por minhas próprias formas, sem definhar-me ao pedantismo [bo]boca de urna ou a engorda de chiqueiro eleitoreiro em véspera de eleição. Nas nádegas deles, que eu voto em alguém por um broche ou uma camiseta fuleira! Nas ventas deles que iria votar por uma porção finita de ilegalidades vantajosas passageiras! As necessidades de um povo são freqüentes, não são só em tempos de campanha não! Ai dos que hoje fazem sua fortuna pela miséria dos desgraçados imprudentes: hão de putrefazerem-se também, pois pó são e poeira acabarão sendo a qualquer momento. O clamor povão seria: cadeia, cadeia, cadeia! grade neles! Se não conseguir pelos métodos jurídicos, sugiro que tu evite-os, despreze-os, esqueça-os: também é uma punição interessante e até mais fácil.

O "Dossiê Mafrense" de Donizetti Adauto não fora tarefa em vão. Os famosos "comitês" parlamentares inquisitórios últimos de: mensalinho, correios, bingos, mensalão, sanguessugas... também servem pra botar debaixo da manga umas cartas de não-recomendação. Façam suas apostas, mas lembrem-se tempestivamente que dívida de jogatina e bicho não podem ser cobradas judicialmente...o prejuízo é pro resto da vida. O compromisso do sufrágio é estabelecer a vontade geral; se ela foi comprada, problema é de quem se vende.

JotaPê
Sábado, 19de agosto de 2006.

[P.S. Não é um blog sobre política, por favor! Se quiser opinar convicções, candidatos e partidos, opine na urna! Agradece a gerência]
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2 comentários:

Anônimo disse...

Como sempre, o JOTAPÊ e sua prosa neológica, À LA Guimarães Rosa...
O que comentar? lucidez exarcebada? privilégio mental notório? Gostaria que TODOS pudessem ler esse belíssimo "Direito Constitucional Eleitoral ou errôneo transvertido eleitoreiro?!". um texto que ampliaria vérticas e horizontes.
uma miríade de informação, é onde me sinto sempre que leio o JOTAPÊ... rsrs...ADORO metonimia...

Unknown disse...

quero ouvir-te-a sempre! mas pode criticar os erros junto!