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segunda-feira, 10 de setembro de 2007

O quarto poder ou a prostituta respeitosa: hoje é tua data!

Pela passagem do dia da imprensa!

"The question most people ask when they discover you work in newspapers is: “How do you decide what to write about?” The second question is: “My son/daughter is thinking of being a journalist. Would you recommend it?"


Nem só Clark Kent poderia gabar-se de ser famoso por trabalhar num jornal nesta marcação hodierna do calendário; muitas pessoas têm trabalhado incansáveis, esperançosos, amorosa e interessadamente em publicar para seus semelhantes o que é que há a cada momento, avisá-los, inseri-los e instruí-los sobre os problemas todos - sociais, políticos, econômicos, culturais, sexuais, ... e filosóficos. Se chamam profissionais da Comunicação Social ou simplesmente jornalistas. Para eles, nesta comemoração - em sendo ela possível, devido à demanda de pautas a reportar sem parar - os parabéns!

Trecho duma entrevista do poeta Drummond de Andrade no Jornal do Brasil sobre esta profissão cujo dia de hoje teima em comemorar: Alguém aí sinta-se bem feliz com o dia do Jornalista e me avise!

O JORNALISMO

“Trabalhei na imprensa durante a minha vida toda, com um ligeiro intervalo em que me dediquei só à burocracia do Ministério da Educação. Sempre tive muita consideração dos meus companheiros. E muita liberdade. Mas me recordo que, há tempos atrás, num momento de molecagem, para testar a resistência do copy-desk, no Jornal do Brasil, escrevi a palavra bunda. Cortaram e botaram a palavra traseiro. Hoje, a palavra bunda circula até em fotografia, em desenho, por toda parte. Uma das coisas mais celebradas pela grande imprensa é a bunda. A televisão está lá - mostrando bunda de homem, o que, a nós, não interessa...
“Não participei da elaboração do grande jornal diário e intenso. Como cronista, escrevia em casa. O jornal, gentilmente, mandava apanhar a minha matéria. Como jornalista, não tive a emoção da grande reportagem e dos grandes acontecimentos que eu teria de enfrentar numa fração de segundo para que a matéria saísse no dia seguinte”.

“O fato ainda não acabou de acontecer/ E já a mão nervosa do repórter o transforma em notícia/ O marido está matando a mulher/ A mulher ensanguentada grita/ Ladrões arrombam o cofre/ A polícia dissolve o meeting/ A pena escreve/ Vem da sala de linotipos a doce música mecânica” (Poema do jornal)

fonte:
http://www.memoriaviva.com.br/drummond/index2.htm

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