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terça-feira, 23 de outubro de 2007

Roteiro ou scrípite amorfo e com mofo



Depois de tanto tempo com coisas engavetadas, aliás escrivaninhadas, eis que me deparo com tal texto por meu punho derramado sobre uma folha de papel A4 bem amassadinha:

Roteiro de Documentário:

“Universitando Transversores”

Seria esse teste de criação estética e lingüística; abordando cenas e traços visuais e sonoros do ambiente universitário em seus mais amplos e imagináveis apreendimentos lógicos ou até ideológicos; captar e opinar (com a narração, a descrição e até dissertação sobre o discurso percorrido pelo lance, movimentação de foco, enredo pensável pelo espectador inserido no meio acadêmico) cada enquadramento, as tomadas nos espaços, os grupos estudantis em cada um dos setores dali do campus e a maneira, de como se afirmam os valores exercitados pelo público universitário, contemplando crenças, mobilidades de comportamento, transposição ritual de “amores” do meio ou da estação.

A ordem dos fatos pode ser aleatória; mas a evolução, a cadência dos patamares relatados do cotidiano nos momentos de cada personagem ou pela conjugação de elementos conjunturais deve ser interconectada. Mais ou menos: um casal de namorados passeando pelos corredores, o panfletamento de um grupo de mobilização político-cultural numa convenção estudantil, o gesto de um locuspace e de um cronotime coletivo miscelânico, etc. Congruir esses objetos numa temática maior: apreciação documental dum diário para uma posterior teorização desse instante na vida comunidentitária. (...)

Pra cobrir esse realismo-simbiótico (aluno-ser social comum) coletar depoimentos sobre: “o que é para você isso aqui – a universidade? Por quê?”; em seguida, projetar entre as gravações de cada intervalo duma cena para outra uma frase de efeito dita por um intelectual ou pensador da comunicação e atrelada ao significado das entrevistas (inclusive com locução por um dos participantes da gravação, uma exposição-encenada e proposital, óbvio – de um gestual mímico de outro dos participantes na operação de registrar o flash) uma série de intervenções didáticas e lúdicas para mesclar e facilitar o enleamento das projeções.

O entendimento desse documentário vai depender mesmo é da quantidade de recursos humanos dessemelhantes, originais em sua existência abstrata e sua vivência concreta da experimentação no campo do saber ao qual se dedica e o molde capturado para observação em filmagem.

Construir o texto de narrativa e as linguagens pantomiméticas, sobretudo os estados de espírito-corpo, após realizadas todas as gravações externas, sem interferir, portanto, logo de imediato na peça, caricaturizando bem depois, mediante interpretação prévia dos dados e fichas de acompanhamento para os takes.

João Paulo Santos Mourão

(07/07/2006)

Aí eu penso: será que eu fui feliz e bem arrazoado ao deixar um pouco os livros de lado acolá e, ao mesmo lapso, perder o gosto pelas firviadas do Movimento Estudantil de Comunicação, ingressando em veículos de mídia e publicidade?! Não sei ainda a resposta, pois ainda não deu pra pensar sobre justamente porque estou no processo de realização disto. Mas espero que alguma dentre várias absurdas ou pífias idéias minhas vinguem, sejam proveitosas de alguma forma para a coletividade. Se não, que ao menos o episódio sirva de ensinamento ao meu destinado feitio.
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2 comentários:

Flávia Rocha disse...

Interessante o roteiro! No meu tempo de universidade, que não fazem tantos anos assim, universidade era tudo pra mim, tudo tanto que de tudo não dá pra falar tudo, mesmo tudo estando tudo dentro de mim. Você entendeu tudo? rsrssrs

Unknown disse...

primeira vez aqui no blog...ou melhor, primeira vez postando no blog.
Enfim...muito bom o roteiro, voce devia ter falado no curso, todos teriam gostado...se tiver precisando de um cÂmera, ou melhor de um toque feminino camera...estamos aí.

bejoooo jp!!