“Não queremos esmola”: comunidade da Uespi protesta em Teresina
23/04/2008 10h32 THE - PI
Por Rômulo Maia
Professores em greve, estudantes promovendo discussões e técnicos administrativos em processo de mobilização. Essa é a atual situação dos três segmentos que formam a Universidade Estadual do Piauí (Uespi). O quadro mostra a insatisfação da comunidade acadêmica com a estrutura precária dos campi da instituição e com os salários baixos pagos a técnicos e docentes. Reflexos do repasse de verbas aquém do mínimo necessário e da falta de autonomia financeira da universidade.
E foram essas demandas que levaram os segmentos para as ruas do centro de Teresina na manhã desta quarta-feira (23). A passeata começou em frente à Faculdade de Ciências Médicas da Uespi, a Facime, ocupou a Rua Pires de Castro, entrou na Avenida Frei Serafim e terminou em frente ao Palácio de Karnak, sede do governo do estado.
Sarah Fontenelle, estudante de comunicação social, diz que essa é a primeira vez no ano que estudantes, professores e técnicos unem forças por uma pauta única de reivindicação: “melhor orçamento para a Uespi, fim das taxas, necessidade de autonomia financeira e melhor infra-estrutura dos campi e salas de aula.”
De acordo com a estudante, os discentes iniciaram o processo de discussão há poucos dias, mas afirma que a mobilização é crescente e tende a amadurecer e envolver mais pessoas.
O professor e presidente da Associação dos Docentes da Uespi (Adcesp), Daniel Solon, afirma que a responsabilidade dos professores estarem em greve e as aulas da Uespi paralisadas é toda do governo. “Estamos em greve desde o dia 9 de abril, mas desde janeiro tentamos negociar com a Secretaria de Administração. Até agora nos receberam uma única vez para apresentar uma proposta vergonhosa de reposição de perdas salariais de 5,5%, que já estava previsto para todos os servidores do Estado”, explica Solon, enfatizando que a proposta não contempla a categoria.
Membros do Sindicato dos Técnicos Administrativos da Uespi, o Sintuespi, também participaram do ato. Para Marcilio José, presidente da entidade, se a condição salarial dos professores é precária, a dos técnicos é ainda pior. “Um técnico de nível médio da Universidade Estadual do Maranhão ganha R$ 770,00, enquanto na Uespi recebemos apenas R$ 480,00; um professor graduado da Uespi recebe R$ 1.050,00 por 40 horas mensais e o técnico graduado, que trabalha as mesmas 40 horas, recebe somente R$
Os três segmentos são unânimes ao afirmar que a Uespi funciona hoje a base de improviso. “Uma mostra clara que a educação superior não é prioridade para o Estado”, afirmam.
Fonte: http://www.acessepiaui.com.br/universitario2.php?id=89455
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