Blog liberto a público de arte abstrata-concreta, literatura mundana, jornalismo experimental e direito cotidiano. ¡Pensare reactivus est!

domingo, 29 de março de 2009

Solidão crônica - 1

Desisto, desisto: escrever é para escritores!
No máximo uma opinião ou crônica.
A propósito, como já faz muitos posts que nada faço senão realocar material jornalístico de outrem, hoje vou escrever de próprio intelecto.

Você não sabe o que é se sentir sozinho. Já ficou? Já sentiu talvez; ficar é diferente.
Para se sentir sozinho basta que se distancie das pessoas em volta, mesmo que elas façam por merecer sua renegação aproximativa. Exemplo: você numa festa, pessoas passam por todos os lados, cruzam na sua frente, mas parecem hologramas - não te provocam interesse humano.
Já ficar sozinho é mais intenso: é além de sentir-se um deixar-se estar só. Não me resumo ao campo afetivo puro e simples: pessoas há que buscam viver sem contato humano por mínimo que seja, numa luta vã por independência do trato social, do menor diálogo, do sentimento até o relacionamento (por vezes tenciono testar se consigo este comportamento - sempre interrompido por algum espalhafatoso apresentado de ocasião...). Exemplo? Pois não: a sala do cursinho preparatório em que alguém estude aos sábados, na qual ao menor olhar remoto a faces alheias uma espécie de intercensura eclode fulminante e ninguém se atreve a mais nenhum esforço. Imagine passar cerca de 8 horas em uma sala dessas com 20 pessoas, ar condicionado ao frio máximo, etc., uma tela de projeção com pessoas ministrando aulas a milhares de quilômetros à frente é mais afável e amistosa que um colega ao lado!
Depois prossigo aqui o caso porque me bateu uma saudade estúpida duma pessoa que perdi de vista e convivência, então vou ali para o quarto dos fundos curtir uma solidão regada a lacrimejamentos miméticos e café com bombons pepper.
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2 comentários:

Fernanda Dino disse...

Gostei do texto.

. : . Taninha . : . disse...

Se essa saudade for minha, aproveita e vem passar o domingo comigo, porque comprei um daqueles filmes antigos e fiquei a lembrar dos tempos em que você era a companhia mais agradável para discutir e apreciá-los comigo. =D

Mas se não for minha, eu aproveito pra dizer que sinto falta daquele amigo presente de tempos atrás.

E sim.
Eu sei o que é se sentir só.
E mais ainda, estar ou ficar só...

Mas, não há nada melhor que o contrário.