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segunda-feira, 31 de julho de 2006

Devoção religiosa?! Conversa só...

"A alienação dentro das religiões"

As entidades sobrenaturais, o pai ou mãe de santo, o adivinho-vidente-profeta, os santos e deuses...todos têm tido espaço no seio das organizações humanas, fossem em origem civilizadas ou apenas agrupais. É uma ligação antiga a do ser racional com desejos cósmicos ou astrológicos inexplicáveis ao senso-comum.
O que significa a religião humana? Por que inventamos deísmos e adorações no contexto social comunitário? Há vinculação ou deleterismos entre os cultos? Puxa, quantos questionamentos podem ser feitos para este tema...
Em casa junto à família e parentela o assunto é ensinado, entre colegas nos pátios, corredores de colégios, cursos profissionais, universidades, nos clubes recreativos, num salão de festas, na rua com amigos e mesmo no trabalho: as discussões motivadas pela convicção religiosa ou crença espiritual de cada grupo ou indivíduo provocam confrontos ridículos, às vezes ingênuos e bastante egoístas. Mas também existe a possível troca ecumênica de valores e experiências de retomada e ligação aos seres superiores.
Hoje, com a contemporaneidade intelectual advinda da globalização cultural e as multiplicadas interconexões de pensamentos pela tecnologia informativa desponta uma variedade espantosa de credos e filosofias comportamentais, ético-morais, etc.
Se outrora a população brasileira pós-colonização, a título de amostra, era preponderante no Cristianismo (sobremaneira o Catolicismo Romano herdado dos portugueses) adjunta aos cerimoniais dos silvícolas e de cultos dos africanos, a realidade agora muda muitíssimo: palpitam e esparramam por todo canto religiões ou seitas, algumas profanas e até de motivações extra-terrenas, ufológicas, vampirísticas, entre outras mais.
Toda essa mexericada confluência, pela obviedade, não está tão harmoniosa: opiniões e conceitos conflitantes dos fiéis, seguidores e adeptos destoam a paz proclamada nos ditames costumeiros e legais, geram polêmicas e brigas, violências, extravagâncias de toda ordem.
Até que ponto uma religião pode absorver a emoção, o íntimo do povo e fazer a razão da socialização esmorecer-se ao quase desleixo, apresentadas tantas lamentáveis ocorrências de guerras, conflitos, ofensas e atrocidades concretas? Pessoas que desfazem os conselhos e mandamentos de suas organizações deificantes expressam retrogressões, estupidezes, idiotices imundas.
E, sem contar os fanáticos e ideologicamente programados: vide as páginas da internet, a tevê, o rádio, o jornal impresso, os encontros de cada grupo; ali há demonstração plena do que uma sugestão mal-intencionada e realizada reiteradamente pode mover nas pessoas. É uma situação semelhante ao recrutamento militar, ou a afiliação política, ou a associação econômica,...todos têm por fundilho a propaganda sedimentar na mente, no inconsciente, no âmago da vontade de fantasia de uns para com o resto. O resultado é patético e chocante: atos insanos, situações desmesuradas de loucura coletiva, consumo de pregações e doutrinas fajutas, repugnante desconsideração da liberdade de vontade do semelhante.
Esse problema mexe com as crianças, sobretudo porque delas é que se imagina e espera o futuro, inclusive nas pactuações com o além extracorpóreo humano. De todas as coisas conversadas, umas parece ser adequada dizer: não existe religião sem cepticismo, nem ateísmo sem deísmo. E tampouco alienação sem (cons)ciência. Moral é de cada um, ética é de muitos, religião é pra alguns, civismo deveria ser geral e respeito tem que ser total. Como dizem os apassentadores mercadológicos: Shalom? Amém, sim ou não? Hein, irmão(ã)? Quanto vale a sua fé? Qüão forte é teu credo? Isso importa tanto quanto a vida real? Você respira, bebe, come, sente, excreta e transmite Deus? Ou isso é relativo? Quete incomoda, ou apraz? Só sei que tudo pode ser sabido por um auto-exame, a critério pessoal. Que a paz é responsabilidade bem além de sistemas religiosos é que estou certo e seguro. Agora, discutir isto com todo mundo que achar-me incorreto, é humanamente impossível; só sendo Deus mesmo - onipresente, onipotente, onisciente!

João Paulo Santos Mourão
31/07/2006
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Um comentário:

Unknown disse...

Uma amostra de religiosismo meu, pra quem me achou "o" otário da vez:

Oração Diária
"Conversando com Deus"

Pedi força e vigor
e Deus me mandou
Dificuldades para me fazer forte
Pedi sabedoria
e Deus me deu
Problemas para resolver
Pedi coragem
e Deus me mandou
Situações perigosas para superar
Pedi amor
e Deus me mandou
Oportunidades
Não recebi nada do que queria
Recebi tudo o que precisava
Minhas preces foram atendidas
Amém.