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quinta-feira, 7 de setembro de 2006

A América para os americanos ahn...; e o Brasil para os brasileiros?




Independência ou Morte : 7 de setembro de 1822 - quadro de Pedro Américo

Para formalizar o reconhecimento da independência brasileira, o governo britânico exigiu que o Brasil pagasse um débito de 2 milhões de libras que Portugal devia a Inglaterra.

A Independência do Brasil, oficializada por um grito, foi resultado de um arranjo político (desprovido de mudanças sociais) preparado por um grupo de representantes das classes dominantes da época, empenhados no rompimento dos laços com a Corte Portuguesa sem mexer nas
estruturas já existentes.

Esse “arranjo” manteve a monarquia, a escravidão e o latifúndio. A grande massa da população, afastada do processo decisório, continuou na miséria. Daí o historiador Mário Schmidt afirmar que o grito “Independência ou Morte” significava: Independência para as elites e Morte para o povo.



A obra "Grito do Ipiranga" de Pedro Américo , uma imensa tela a óleo (medindo 6m 56cm x 4m 10cm) foi pintada em Florença, Itália, entre os anos 1886 e 1888, por encomenda da Comissão Oficial incumbida da construção Monumento do Ipiranga, em São Paulo. Concluída, a obra ficou em exibição naquela cidade italiana, onde foi "elogiada" pela rainha Vitória da Inglaterra. Elogios, na diplomacia e na política, quase sempre levantam suspeitas. D. João VI, por exemplo, era tratado pela diplomacia inglesa como "o príncipe mais rico do mundo" . Envaidecido, o monarca, no poder, ficou permanentemente manietado e manipulado pelos ingleses. Pois, pois ! A obra-prima de Pedro Américo foi elogiada pela governanta inglesa e também por vários soberanos europeus. Não era para menos. O pintor "oficial", financiado pelo Tesouro Brasileiro, caprichou: O vale do Ipiranga, vira colina; a mula de D.Pedro, um belo cavalo zaino; roupas simples de viagem, trajes de gala; o grupo que acompanhava o Príncipe, afastado enquanto ele despejava uma diarréia, aparece unido na sua retaguarda; os dois mensageiros que trazia as cartas, são transformados em mais de trinta guerreiros militarmente uniformizados, montando cavalos castanho-escuros e brancos. Do artificialismo, restou algo real: um assustado caboclo a frente de um carro-de-bois , às margens de cá; um humilde casebre, às margens de lá. Às margens, sim, pois, também, de fora ficaram as massas pobres do Sete. Esta, porém, não foi a intenção do artista paraibano. Queria ele, com esse algo real, diferenciar a cópia do original: a Batalha de Friedland (entre o exército de Napoleão e tropas russas, ocorrida em junho de 1807) retratada por Ernest Meissonier (sem carro-de-bois e casebre, claro !) . A historiografia oficial brasileira cumpre diretinho o seu papel: a obra-prima (ou melhor a cópia-prima) de Pedro Américo pode ser vista e elogiada no Museu Paulista, São Paulo

Fonte: http://www.expo500anos.com.br/painel_26.html

E 184 anos depois dos loroteiros pregarem em praça nacional pública...

O 7 de Setembro em documentos


Em fins de agosto, a Maçonaria no Brasil se organizava e enviava emissários como Antônio de Menezes Vasconcellos Drummond que, chegando de Pernambuco para onde fora comissionado por José Bonifácio, traz informações e cartas inquietantes. As Cortes em Lisboa chamando o Príncipe de “rapazinho”, ordenam seu imediato regresso e ainda o aprisionamento de Bonifácio.

Encontra-se no magistério muitos professores que preferem minimizar (ou mesmo ridicularizar) os fatos que tiveram lugar às margens do Ipiranga naquela data. Não me conto entre estes. Quem dera os governantes de hoje tivessem a mesma coragem!

A documentação comprobatória é muito extensa e está à disposição do pesquisador. À falta de maiores habilidades ou mesmo confiança no método chamado de “viagens astrais”, atenho-me à documentação. Cito aqui, a título de exemplo, a carta do Padre Belchior, de 1896, mencionada por José Castellani em sua página e que diz, em seus pontos principais, o seguinte:



“O príncipe mandou-me ler alto as cartas trazidas por Paulo Bregaro e Antônio Cordeiro. (...) D. Pedro, tremendo de raiva, arrancou de minhas mãos os papéis e, amarrotando-os, pisou-os e deixou-os na relva. Eu os apanhei e guardei. Depois, abotoando-se e compondo a fardeta – pois vinha de quebrar o corpo à margem do riacho do Ipiranga, agoniado por uma disenteria, com dores, que apanhara em Santos – virou-se para mim e disse:

_ E agora, padre Belchior?

E eu respondi prontamente:

_ Se V.A. não se faz rei do Brasil, será prisioneiro das Cortes e talvez deserdado por elas. Não há outro caminho, senão a independência e a separação.

D. Pedro caminhou alguns passos, silenciosamente, acompanhado por mim, Cordeiro, Bregaro, Carlota e outros, em direção aos nossos animais, que se achavam à beira da estrada. De repente estacou-se, já no meio da estrada, dizendo-me:

_ Padre Belchior, eles o querem, terão a sua conta. As Cortes me perseguem, chamam-me, com desprezo, de rapazinho e brasileiro. Pois verão agora o quanto vale o rapazinho. De hoje em diante estão quebradas as nossas relações: nada mais quero do governo português e proclamo o Brasil para sempre separado de Portugal!

(...) E arrancando do chapéu o laço azul e branco, decretado pelas Cortes, como símbolo na nação portuguesa, atirou-o ao chão, dizendo:

_ Laço fora, soldados! Viva a independência, a liberdade, a separação do Brasil.

(...) O príncipe desembainhou a espada, no que foi acompanhado pelos militares; os paisanos tiraram os chapéus. E D. Pedro disse:

_ Pelo meu sangue, pela minha honra, pelo meu Deus, juro fazer a liberdade do Brasil.

(...) Firmou-se nos arreios, esporeou sua bela besta baia e galopou, seguido de seu séquito, em direção a São Paulo, onde foi hospedado pelo brigadeiro Jordão, capitão Antônio da Silva Prado e outros, que fizeram milagres para contentar o príncipe.

Mal apeara da besta, D. Pedro ordenou ao seu ajudante de ordens que fosse às pressas ao ourives Lessa e mandasse fazer um dístico em ouro, com as palavras “Independência ou Morte”, para ser colocado no braço, por um laço de fita verde e amarela. E com ele apareceu no espetáculo, onde foi chamado o rei do Brasil, pelo meu querido amigo alferes Aquino e pelo padre Ildefonso (...)”

Fonte: http://www.culturabrasil.pro.br/independencia2005.htm
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Um comentário:

Sanmya disse...

eveja bem, eu ate arrisco cantar o hino da independencia
bom texto, joão
=]