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domingo, 22 de julho de 2007

Flanar...dicionarizas?




"Não poder orientar-se em uma cidade não significa grande coisa. Mas perder-se em uma cidade como quem se perde em uma floresta requer toda uma educação. Os nomes das ruas devem então falar àquele que se perde a mesma linguagem dos ramos secos que se quebram, e ruelas no coração da cidade devem refletir para ele as horas do dia tão claramente quanto um vale de montanha. Aprendi esta arte tardiamente; ela realizou o sonho dos quais os primeiros vestígios foram labirintos sobre os mata-borrões dos meus cadernos"
Walter Benjamin

Gosto muito de flanar, isto é, vagabundear, ou, num modo mais formal e reto de cultura: passear ociosamente, sem destino [como o diz o etmólogo e profº Celso Luft em seu dicionário]. Mas isto não se resolve apenas com meus hábitos de bater perna ou correr a mão por aí; muita vez tenho perdido concentração na coisa prática e subsistente da vida para observar distraidamente outras cousas: as mensagens rabiscadas na carteira do local onde fui fazer prova de concurso, o ventilador de teto com a marca elgim girando sem parar, o jeito da menina se vestir-sentar durante o início da prova, uma moça que enguiçou o cartão telefônico, ela assim de um ruivo no cabelo mais para o rosê de blusa sem sutiã e calça jeans ressaltando as belas platibandas com um óculos de intelectual eslovaca, a menina na cadeirinha de guidom na bicicleta, etc.!

Quando menos espero há aquele frenesi, quase tesão ou gozo para escrever um sentimento novo captado, de uma forma mais inusual, não para mim, para mostrar pros outros que dá pra dizer, representar de outra maneira o mesmo significado. Cadernos já usei, agora tou preferindo os blocos e papel destacável, até post-it serve [mesmo aqueles que só cabem três frasesinhas mindinhas].

Hoje, simultaneamente a isto, vendo o Esqueceram de mim 2 na tevê, surgiu-me esta frase reverberada pelo personagem bonachão com metralhadora a disparar tiros de metralhadora sobre uma linda, broadwayniana e jovem mulher, devido a uma suposta revelada traição, do filme que Nick assiste tomando uma porção enorme de sorvete napolitano, algo mais ou menos assim: " Vou dar três segundos para vocêtirar sua carcaça imunda, podre, nojenta e vil da minha frente! 1! 2! - Oh [diz a mulher] Ma-mas... 3!!! ;- ~~~~~~~~ ;- ~~~~~~~~~~~ ;-~~~~~~~~~Huanhahahahah Feliz natal seu animal imundo! ;-~~~~~~~~~~~E um feliz ano novo!"

Não me entendo, mas um dia ou noite dessas me adestro para umas flanagens mais adequadamente racionais e prósperas!

Certo jovens?

# Obrigado Rimbaud, por me fazer entender isto! #
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