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sábado, 28 de julho de 2007

Por entre flores e projéteis




Essa narrativa vai para as escritoras piauienses Lalali, Babi, Donana e Zucreide!

As flores de setembro, de 'inda, vêm desabrochar suas pétalas pelo incauto córrego marginal piauiense.
Suas madêmoiselhes ainda fazem footing para com le societè: não mais na mesma praça, de braços entranhados umas às outras, a risos de frescor a cada passo sob os bosques; usam para isto agora as instituições sociais, academias, passeios de pedra basalto e piso à portuguesa. E não passam mal não...
Mas os hombres de chapéu côco com laço e terninho claro remendado à véspera, esses não mudam de itinerário: aliás, até aumentaram! Só que eles não saem mais tanto de casa como, outrossim, fizera a entender o sr. Anticlerical, do refúgio do lar manicacaio de 1900.
Espartilham as ceroulas, encasam seus botões e zíperes, penteiam as suíças e sobrolhos, passam gel e colônia açoriana e vão ao trajeto.
Mas no trecho, na rodagem, na trilha, na rua e na estrada há um pau, uma pedra, um vidro, um aço e um plástico: neo-detalhes da tecnoindústria do homem contemportado.
É monamú, os arquivos da memória lotam e não há mais tanto cabide pr'essas novidades!
Alguns deles não têm mais solução, em vão resistem e um dia sobra um bilhete rabiscado - se é que soçobrar ainda há momentinho - uns punhados de restos vegetativos e animalescos embebidos no líquido capital - só noutra encarnação agora, perdão...

JotaPê
28/07/2007
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Um comentário:

Anna Bárbara de Sá disse...

De que nos valeriam os dias coloridos sem as amareladas memórias?!
Vamos revivê-las!!
Ardo-ro teus lúcidos desvarios!

Saudosos Beijos