O balé folclórico da cidade de Teresina se nos apresenta agora com uma montagem ceno e coreográfica de profunda raiz sociológica: a fenomenização no palco de rotinas de vida personificantes dum cenário cultural da capital: o Mercado Central de THE.
Lá naquele "pedaço" de nosso lugar-coloquial, para quem possui a experiência concreta e particularíssima ao frequentar desse espaço,temos o encontro de boxes sortidos em hortifrutigranjeiros, cabinas de açougue, stands de peixaria, microgalpões de temperos e condimentos, cubículos de mercearia e miudezas generalizadas (conforme o vocabulário conosco legado pelo mestre Cineas Santos..).
E eis aí que a proposta desse grupo dançarino é ver, ouvir, cheirar, degustar, apalpar e sentir a movimentação a pulsar num trabalho digno da arte: documentária daqueles seres humanos sagazes, folclóricos, lendários mesmo, que lá subsistem, criam modos de habitar e comportar e, afinal, nos garantem isso também em alguma medida incalculável pelas máquinas registradoras ou similares.
A apresentação dessa caravana de artistas, que conta com minúsculos investimentos governacionais, mas tem jogo de cintura (literal e metaforicamente) para lidar com as surpresas e novidades inssurgentes ao ofício e perseverança imbatível ao promover o desenvolvimento cultural e humano do povo piauiense, apresentar-se-á nos teatros locais e, em agosto, partirá para a velha e aconchegante ilha dos artistas circenses-teatristicos-bailarínicos - Prússia, atual Alemanha - logo, logo.
E demonstra aos cépticos e inertes desamparadores culturais das torres de concreto, vidro, madeirames e ferragens o quanto o corpo humano pode significar mais que papeluchos estocados em cofres e/ou projetilhos infundados, exdrúxulos e irrepresentativos de ascensão cosmopolita da nossa comunidade, nossa aldeia de talentos resignados pelo poder público e privado também. Mas, oitavas artes ainda virão e o joguete politiqueiro desmoronará egoísta em suas ambições, ganâncias, cobiças e cupidezas...
protesto na central de busantes
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Na central de busantes
uma palavra se ouvia, um eco ardia aos ouvidos:
protesto, protesto...!
Ninguém ao certo sabia
porque aquele grito surgia
nem porque a...
Há 9 anos
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