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segunda-feira, 26 de fevereiro de 2007

Não basta destilar, tem que haver "enfleurage"



O Perfume - a história de um assassino: Jean-Baptiste Grenoille!

Ao assistir a um filme dessa grã-monta percebemos algo de curioso: um, o autor do livro raras vezes é respeitado pela adaptação cinematográfica; outro fato, o enredo amiúde é reduzido a poucos capítulos-cena na história contada pela projeção na tela.
Neste meio "loco", O Perfume respeita e confere com as rimas e períodos grafados por Patrick Süskind na obra originária: os personagens [melhor nariz do mundo] Jean-Baptiste Grenoille, [mãe-de-criação] Grimal, [mestre] Giuseppe Baldini, [jovem] Laura,... todos, numa expressão mais simples, espiritualizam e avivam aqueles seres antes apenas descritos palavrosamente.
Apesar de ser a exibição legendada e o romance-suspense um tanto longo para olhos, ouvidos (e porque não narizes!) mal acostumados, a platéia permanecera absorta, paralisados os sentidos para a película à frente, durante as quase que duas horas e meia apresentadas. Os tons europeus ora medievos ora modernos, a busca do diálogo temporal-espacialmente conjugado a incomuns efeitos especiais de filmagem consagram 'O Perfume' em melhor destaque dentre os roteiros baseado em ficções da era contemporânea na literatura mundial[o livro de base é impresso datado lá na Theca República por 1985].
Das quatro partes de quatro aludidas na preparação de cabeça, coração e fundo do olor, o décimo terceiro "plus" é o próprio protagonista. O narrador, um extra-onipresente, é fundamental e preciso, correto, fino: eis, portanto, uma obra prima das belas artes. Se possível fosse criar uma categoria encaixável ao teor dessa constituição humana seria...melhor aroma, um anagrama para amor romântico pelas narinas.
Sentistes vontades mais? Ouça, Veja, Sinta..: http://www.perfumemovie.com/
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