Blog liberto a público de arte abstrata-concreta, literatura mundana, jornalismo experimental e direito cotidiano. ¡Pensare reactivus est!

sexta-feira, 13 de abril de 2007

Jineladas nos zoim



Janelas d' Almadias em therezinae University

Ah, meninada! Tem tanta coisa, e tão pouco ser. As janelas, por amostração: as janelas das salas 455 e 457, de manhã e de tarde, no CCE UFPI [quanta visagem e paisualização]. A janela do banheiro da chegada dessa passarela vinda da Biblioteca Central. As janelas do carro, dos ônibus, do caminhão, do avião e do helicóptero.
A janela da livraria na UESPI, a janela da lanchonete, a janela da sala 17 setor 11 do CCSA. A janela do quadro branco de negras, amarelas, vermelhas, azuis e cinzas idéias - arco íris e opalescência mística.
Janelas nos apartamentos, nas casas de jardim e de muro e de parede frontispiciante.
Janelas nos bolsos, de camisas e calças, até de sapatênis e alparchinelos. Janelas, sim, janelas do RU, do DCE, da Liga dos CA's, janelas de anexos e avulsos, cubículo e salão auditorial. Janelas de gays que são homens; janelas de lésbicas que são mulheres. Janelas de água no ar de noite brumenta, sobre minhas, tuas, nossas, vossas córneas. Janelas do carpinteiro e do ferreiro.
Janelas no quarto, na cozinha, nos pés e nas mãos; janelas nos objetos, livros, discos, quadros, telas e painéis, cavaletes, módulos, racks, bancos e postes. [Jinelas nos alpendres de taipa, pedra de rio e massará]
Janelas de catedral, mormente de santuários mis.
Janelas de trens, de bondes, de teleféricos e submarinos; além de foguetes, sondas e
telescópios, óbvio.
Só não há janelas no mato, nos rios, nos cocais, na terra das margens, na pedra dos
diques...mas, num é que excepciona-se uma! É: a janela do esgoto, a janela das carroças e das caçambas de lixo; elas têm lá alguma janela. Têm janela até as vitrines dos shopping centers, das lojas de bugi[n]gangas, dos camelôsódromos e mendicantes.
Chegaram também bebês vistos à janela e outros partindo por uma janela, com uma janelinha no encaixão. Puxa, valha-me contar tanta janelagem.
Me recuso! pare, espere aí! Eu gosto de portas, de basculantes, de cortinas, de porteiras; porém, sem essas janelas d'alma - os olhos, as veias e artérias nas cavidades da janela maior - a idéia, o intelecto, o tal arrazoador - não sentimos desejo de voltar a abrir [`]a porta, [`]a basculante...tudo, né?

13/04/2007
Jota Pê
Share/Bookmark