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sábado, 16 de junho de 2007

A arte piauiense é a do encontro




Projeções e momentos - Festival de Inverno Pedro II

Quarta feira; 23:45h~1:45h; Teresina, em casa, meu quarto -> Escolher itens a colocar no porta-malas e na bagagem de mão. Entre documentos, vestuário e acessórios de higiene, um livro de literatura piauiense, um bloco de anotações e uma caneta de botão clique.

Quinta-feira; 6:15h~9:15h; Ainda em The, na cozinha, na sala e na garagem -> Empilhar bolsas de viagem, organizar sacolas, acordar-se numa chuveirada e tomar um cafezinho com pães, bolachas e margarina. Então, após o abstecimento, calibragem de pneus e checagem do óleo de motor, de freios, bateria, estepe,... partida pela rodovia Br 343.

Quinta-feira; 13:15h; em Pedro II, na outra casa, meu quarto -> Tirar o pó, acomodar a mobília, as encomendas e espanar também a fome com um prato executivo pedido ao restaurante do compadre ali no posto próximo. Preparar para a aventura inaugurante na cidade do menino imperador real.

Quinta-feira; 14:30h; Praça da Matriz de Nossa Senhora da Conceição, banco defronte a casa paroquial -> Uma pausa para apenas ver o lugar, o tempo e suas gentes entre causos; apurar do sentimento. A seguir, passeio pelas maquetes e estandes dos artesãos, mercadores e vendeiros de regiões do Piauí, do Ceará, entre outros regionais. Automóveis, ônibus e caminhões: veículos de trazer pessoas e seus instrumentos. Muito habitante nativo e visitante turista caminhando juntos. Políticos, empresários e autônomos também, que eles num perdem a ocasião de jeito algum. Chegam logo com seus panfletos, folders, cartazes e apartes na programação de logradouros e rádios locais.

Mas, de noite há sempre é festa, impessoalmente para quem quer que venha a participar. Sérgio Matos & Bumba Trio começaram a folia junina com um balanço batuta de folk, mix brasileiro e caipira com variantes pelo som americano black'n'dance. Oswaldinho do acordeon, filho do sanfoneiro Pedro Sertanejo (compositor de Forró na capital, lembram-se dele, nos vinis de 10 polegadas?) trouxe ao espetáculo uma sanfona digital, capaz de reproduzir estilos e acompanhamentos semelhante como ocorre num teclado, até mesmo de notas soando como se voz humana fossem. A turma aplaudiu e dançou a valer, teve arraial, fuzuê, quadrilha e tudo de bom que a cultura popular nordestina sabe interpretar e atuar.

Sexta-feira; Manhã foi natural. Vamos direto para a tarde, que foi quando vi e ouvi muita novidade. Ouvi pelo deputado Themístocles Sampaio Filho na Rádio Imperial 95,5 FM que a TV Assembléia estava em breve chegando aos 20 maiores municípios do estado e logo em pouco tempo estaria acessível a cerca de 80 municípios piauienses. Também bisbilhotei e observei muita gente de colarinho branco e cargo oficial desfilando pelas avenidas e praças e casas do centro pedrossegundense. Mas, desligeui um pouco disso e tornei a passear pelos boxes, pelo mercado velho, pelo calçadão da feira e pelas barracas de camelôs romeiros (aqueles que mudam de cidade por estação em estação). À noite, Derico Sciotti e Sindicato do Jazz nos abriram olhos e ouvidos para um som polivalente, de profunda afinação e harmonia com a galera fã de instrumental, experimentação em sax e flauta salgada (pra não confundir com a doce!). Aí, Ítalo e Renno mandaram brasa na fogueira que havia se transformado a platéia, numa festança de arregaçar o buraco da cuia. Tocou forróbodó, vanerão, xote, pé de serra, baião e foxtrote-frevo.

Sábado; Fomos ao museu de opala da Roça, antigo e famoso local de garimpo próximo à cidade. Lá tivemos visitação a um monumento histórico fabuloso: centenas de objetos pessoais e familiares do sr. Mundote Galvão, antigo garimpeiro e administrador cartorário da localidade. Peças de Opala, seja pedras cascalhos, filetes, leitosas, opacas... Material de Montaria: sela, arreio, estribo, alforje, esporas, cabresto, cangalha, ancoretas, patuá, gibão, chapéu, chibata...Peças de higiene e saúde: brocas dentárias movidas a pedal, instrumentos cirúrgicos médico-farmacêuticos para aplicação de injeção e sutura de ferimentos feitos de ferro e aço forjados acondicionados dentro de maletas de couro mole, almofarizes e pistilos cerâmicos... Peças de copa/cozinha: mesa e cadeiras de madeira e couro talhado de percevejos em cobre, xícaras, pires, pratos de porcelana colonial, travessas, copos, talheres de prata e ouro,...Peças de culinária: fornos de chapa metálica, moringas, bules, chaleiras, caçarolas, papeiros, cuscuzeiras, panelões de ferro, colheres de pau, tachos de cobre e latão, bilheira para potes de barro e copos de alumínio...Instumentos domésticos: malas, caixotes, baús de couro e madeira, fechaduras e chaves em ferro, lamparinas a óleo e lampiões a gás, sepos com armadores de ferro para redes de deitar, relógios de bolso de colete, de pulso, de pêndulo, de parede,...Instrumentos de comunicação e eletrodomésticos: Telefones, Telefax, Televisores, Gramofone, Vitrolas, Radiolas, Rádios, Discos, Câmeras Fotográficas,... além disto, uma coleção de moedas e papéis-moeda desde a época do império até modernas; um quarto com biblioteca de jornais, livretos e livros, acervo de fotos, pinturas em quadros e molduras da época dos retratistas. Lá fora, uns montes elevados com imagens e estátuas de santos fixados em pedras, entre jardins floridos e arborizados. Mais abaixo, uma cachoeirinha entre os lajedos, circundada por uma grande escada cuja descida conduz às furnas de escavação das opalas, após ums breve trilha no morro.
De noite, retornando, mais festa com Yamandu Costa e Hamilton de Holanda, numa batlha de cordas do bandolinista com o violonista notada de feérica pulsação rítmica, complexa elaboração musical e vários arranjos espontâneos, ao improviso com o público; seguindo-se o internacional J.J. Jackson, com repertório homenageando James Brown, do reggae, jazz, blues, soul, rock'n'roll balad, etc.

Domingo; visita à Cachoeira do Salto Liso, piscina natural encravada entre paredes de pedra amarelo-alaranjado e cipoais e arvoredo da mata serrana da região. De cima, furos e cavernas abaixo do topo da cachoeira, mostram onde flui a queda d'água. Debaixo, areia e águas límpidas convidam ao banho bem gelado, ou morno, se debaixo do poço rente ao desaguar do banho fluvial. Após, passeio rural até o Sítio do Buritizinho, com engenho rústico movido a carro de bois, para extração da garapa, que pode ser bebida assim, caldo de cana-de-açúcar ou vira após cozida, mel, alfininho, rapadura, cachaça. Ali ao lado e próximo, a casa de farinha, com a bola de ralar mandioca para produzir farinha, goma e puba; da goma, após a tostagem em forno de argila lisa e aberto, faz-se tapioca ou beju, com coco babaçu misturado à massa.E tome forró de terreiro ainda!
À noite, Trombone e Cia até cansar de ouvir chorinho, maxixe, samba-raiz, mpbossa e tudo que mais dançante houver em cancioneiro do povo. Enfim, num último movimento, caminho a passo miúdo na calçada do centro histórico. De volta para a casa, na cidade da menina esposa republicana: Therezina.

Em geral, foi isto! Bravo, não?!
JotaPê
16/06/2007
Crédito das fotos: Dario Mesquita - Dona Chica Design
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quinta-feira, 14 de junho de 2007

Jesus e Satanás; amigos e rivais

[Leituras bíblicas e religiosas indicadas: Apocalipse Salmos e Provérbios; o Evangelho segundo o Espiritismo de Kardec]

Jesus é o Nazareno e o Messias e menino da manjedoura;
Satanás é o Diabo e um dos Anjos Endiabrados do Inferno e encouraçado do purgatório.

Jesus é o apóstolo mor da filosofia do amor;
Satanás é o capatás minus da filosofia do ódio.

O mal não convive com o bem?

Um não existe sem o outro?

A vida não é vida sem a morte!

Pessoas e espíritos compartilham-se!

Jesus e Satanás; amigos e rivais...

Procure a doutrina, o ato, o comportamento e o sentido para suas palavras, porque delas vão fazer suas as cousas fictas e não fictas...
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