Blog liberto a público de arte abstrata-concreta, literatura mundana, jornalismo experimental e direito cotidiano. ¡Pensare reactivus est!

sexta-feira, 4 de agosto de 2006

Um autêntico Cidadão Brasileiro é feito mister...




Cidadão Brasileiro: uma sátira perfeita! 04/08/2006
Antônio Maciel: nem só Brasília e Guará precisam de pessoas com a sua personalidade e caráter arrojados, pulsantes, vivazes. Apesar da vida pessoal entrecortada por personagens conflitantes e diversas, o espírito desse cidadão brasileiro é carência em nossa política real. O amor à pátria, ao desenvolvimento aliado ao progresso coletivo, a vontade de vencere construir decentemente a história de um povo, de um ideal, uma bela conquista. Assim assisto sempre à essa novela pelo motivo também de alfabetização política, na exposição de um projeto profissional de uma pessoa que evolui ao patamar governamental com respeito, dignidade, justiça e mérito, marque-se. Fica aí uma deixa pros colegas sociólogos acadêmicos e mesmo os debatedores de calçada, de rua, de tudo.
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quinta-feira, 3 de agosto de 2006

Soneto Falso

E os sonetos?

Alguém faz ainda? Não é necessário ter aquela métrica e rima rica não...:

Letras
poemas:
e rimas,
outras.

Fases,
desusos:
escusos
de teses.

Pinta!
Grafite
e tinta!

Luta!
Requinte
e pauta!

JotaPê
03/08/2006
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quarta-feira, 2 de agosto de 2006

¤ƒRisoflorescênciasƒ¤



O Chico Science & Nação Zumbi são uns verdadeiros tutanos no meio de tanto oco de bolo na música e na cultura nordéstia, brasileira...
Sob a batucaeletrada de caranguemeninos pernambucanos a mpb contemporânea teve uma luz refluxora dos seus mementos inspirativos. O mesclado e miscelânico espírito viagemnal de Francisco de Assis França potencializa a esperança de seguir o ideal de juventude criativa, independente, transformadora, (r)evolucionista.
Viva a movimento manguebeat, o som afrociberrdélico e a filosofia de Isaac Asimov (ficcionista genial da psiqueaudiotelecomputacionabilidade) abrasileirada e aper(a)feiçoada ao mesopoeletracústico modalizador de nossas mentes tresvariadas e sanas! ÔOOO^^^^^^^^^^^^^^ôôÔôÔô Risofloraaaaaaaaaaaaaaaaaa!
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terça-feira, 1 de agosto de 2006

A mal-fadada das artes

"...por isto és tu poesia acertante: pois afora ti, o resto é prosa errante..."
Da poesia perante a prosa: dúvidas esclarecidas

[Não sei o que vou escrever, mas vou tentar fazê-lo com toda providência. Então: ei-lo aí.] A poesia é a mais elaborada das formas de literatura, de pensamento por palavras, de transcrição quase perfeita e holisticamente transmissível. Infelizmente, por inconsciência e despreparo em geral iniciamos nossa escritura profissional por ela, nas angústias vitais e palpitações emotivas; não há remédio melhor pr’um amante desamparado que um soneto, assim bem tão versos livres pro artista sem palavras medidas. Essa forma de escrever é talvez das mais desrespeitadas e incompreendidas, mas também a mais difícil e ininstruível.

A prosa deveria ser o princípio, o ditado mesmo, pela a leitura e cópia de autores cultos, atuais e pedagógicos. A tarefa não é da escola somente; a família, o circuito social, o local de trabalho, a pauta de imprensa, os projetos dos órgãos públicos, a idéia das organizações privadas,...tudo, todos devem favorecer a formação lingüística. De que adianta distribuir livros, se você não souber usar-lhes? Qual o propósito de encher bibliotecas, salas de leitura, feiras ou salões literários, museus, espaços culturais..se dali não há preparação para a leitura e interpretação personalizada do texto, da obra, do autor, do conjunto fundante desde a menor compreensão infantil, do básico desenvolver pubertário, do mediano amadurecer jovial, da altiva sublimação adulta? É vão, vago, vacilo.

Poesia, sua intenção, seu método, discursos e declamações: nada chega tão próximo da harmonia, do bem estar, do amor perfeito, da paz humana. A prosa, me permitam expressar, é um garrancho, um rabisco, unada de nada perto dela. Pois a prosa qualquer imbecil, otário escolarizado, com um reles repertório lexical e possuidor de dicionário vulgar sabem fazer, seja absorvendo ou externando. A poesia é para alguns sábios, eruditos experimentados, com vasto saber geral e oferecedor de vocabulário salutar podem mostrar, seja redigindo ou interpretando.

A mulher, por sua razão e instinto, é mais preparada para poesia. O homem, por sua mundanice e ponderabilidade, é todo prosa (sem exceções). Se há paradoxais exemplos discrepantes, é pura sorte e psiqueísmo misturado, não é porque fogem à regra não. Por isto, com aquela certeza, odeio intelectuais homens, e tecnicistas mulheres: é uma inversão crudelíssima de papéis e um baita dum sem-sensitismo. Mas, por ser mesmo um tarado admirador do universo feminino, de tediado censurador da dimensão masculina...sem chance vir aqui esposar outra forma de coisa, não é?!

A poesia ou a prosa, são ambas modalidades conjunturais; sua estrutura não implica que o sentido, o significado seja pré-formulado pela observação desimaginada apenas: o signo pode ter simbologias diferentes das apresentadas na Gramática Histórica, das Beletras, do Lingüisticismo socialmente “correto”. E uma não vive sem a outra, como o homem e a mulher, na essência ou na existência. Uma palavra pode ser tanto uma merda como uma relíquia, uma bosta ou um prêmio. Surpresa é o que não falta na nossa Língua Portuguesa tão abrasileirada que está ficando assim. Mas, suplico: não confunda amor com sexo, nem prosa com poesia, nem escritor com leitor. Faça sua parte e respeite os outros; critique e criticado seja. Portanto, faça começar sua poesia que faço final pressa prosa.

João Paulo Santos Mourão
01/08/2006
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¿metalinguagem?

Para corroborar enfaticamente e por pessoa de responsa o que direi antes

Metade
Adriana Calcanhotto

Eu perco o chão, eu não acho as palavras
Eu ando tão triste, eu ando pela sala
Eu perco a hora, eu chego no fim
Eu deixo a porta aberta
Eu não moro mais em mim


Eu perco a chave de casa
Eu perco o freio
Estou em milhares de cacos, eu estou ao meio
Onde será que você está agora?

A Fábrica do Poema
Adriana Calcanhotto
Composição: Adriana Calcanhotto / Valy Salomão

Sonho o poema de arquitetura ideal
Cuja própria nata de cimento
Encaixa palavra por palavra, tornei-me perito em extrair
Faíscas das britas e leite das pedras.
Acordo;
E o poema todo se esfarrapa, fiapo por fiapo.
Acordo;
O prédio, pedra e cal, esvoaça
Como um leve papel solto à mercê do vento e evola-se,
Cinza de um corpo esvaído de qualquer sentido
Acordo, e o poema-miragem se desfaz
Desconstruído como se nunca houvera sido.
Acordo! os olhos chumbados pelo mingau das almas
E os ouvidos moucos,
Assim é que saio dos sucessivos sonos:
Vão-se os anéis de fumo de ópio
E ficam-me os dedos estarrecidos.
Metonímias, aliterações, metáforas, oxímoros
Sumidos no sorvedouro.
Não deve adiantar grande coisa permanecer à espreita
No topo fantasma da torre de vigia
Nem a simulação de se afundar no sono.
Nem dormir deveras.
Pois a questão-chave é:
Sob que máscara retornará o recalcado?

Uns Versos
Adriana Calcanhotto
Composição: Adriana Calcanhoto


Sou sua noite, sou seu quarto
Se você quiser dormir
Eu me despeço
Eu em pedaços
Como um silêncio ao contrário
Enquanto espero
Escrevo uns versos
Depois rasgo

Sou seu fado, sou seu bardo
Se você quiser ouvir
O seu eunuco, o seu soprano
Um seu arauto
Eu sou o sol da sua noite em claro,
Um rádio
Eu sou pelo avesso sua pele
O seu casaco

Se você vai sair
O seu asfalto
Se você vai sair
Eu chovo
Sobre o seu cabelo pelo seu itinerário
Sou eu o seu paradeiro
Em uns versos que eu escrevo
Depois rasgo


Traduzir-se
Adriana Calcanhotto
Composição: Fagner/Ferreira Gullar

Uma parte de mim é todo mundo
Outra parte é ninguém
Fundo sem fundo
Uma parte de mim é multidão
Outra parte estranheza e solidão
Uma parte de mim, pesa
Pondera
Outra parte, delira
Uma parte de mim almoça e janta
Outra parte se espanta
Uma parte de mim é permanente
Outra parte se sabe de repente
Uma parte de mim é só vertigem
Outra parte, linguagem
Traduzir uma parte noutra parte
Que é uma questão de vida ou morte
Será arte?
Será arte?
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segunda-feira, 31 de julho de 2006

Habeas-data para nosotros me friends

"Violência urbana: o lugar mais seguro de Teresina"

A crise já virou zorra! A morte matada é mais comum que a morrida. Os sepulcros acidentais são em demasia sobejantes aos naturais. E me enfio a pensar: é normal questionar isso a quem: à ordem de seguranção estatal, ou ao sub-mundo de domínio criminal? As facções, comandos, rondas, gangues, quadrilhas, para-militares urbanas e internacionais (paradoxalmente, ah que saudades que teríamos dum Figueiredo ou Médice ou Geisel ou Costa e Silva ou mesmo Gegê Vargas nessas ocasiões! Mas pra não ser sobre-versivo: ah, que necessidade duns estudantes, duns intelectuais, duns civis organizados e valentes!) .
O Oriente Médio....lá a guerra. que é santa desde que o Éden estava sendo medido pelo supremo agrimensor, preocupa e envolve gerações...agora aqui, por estas Américas, no nosso Brasilzinho...a guerra é novidade, nestas proporções. Ou você está acostumado a acordar com a bala perdida resvalando seu barulho metálico, ou o som duma sirene da polícia repetida e paulatina, ou um seqüestro, assalto, perseguições..?
Os cafetões de cartola, colarinho e carta brancos nem aí conosco; eles não precisam mais de você nem de mim, a não ser daqui pra outubro...os cidadãos, sem direito à auto-defesa, estão sendo aprisionados por si mesmos. Os bandidos à paisana, sem institucionalismo e formalidades daqueles outros supra citados, organizam-se, confabulam, decidem e fazem ao bel-ponderar. E nós, que pensamos sobre isto: necas de titibiribas de atenção!
Somos, em geral, antiquados, utópicos, errôneos. Mas quem diz isso, ainda não sabe que já também se contaminou pelo jeitinho secular e vulgar brasileiro.
Violência urbana? Vá pro campo, plantar, cuidar e colher! Vá pra rua, andar, trabalhar, sobreviver!
O lugar mais seguro de Teresina? Os cemitérios...públicos! As prisões...particulares! A hidrovia, rodovia, ferrovia ou aerovia...e que conduza pra super-ultra-mega-hiper-giga-tera longe!
Toque de recolher pra todos já! Inclusive pros politicanalhas advogados e juízes porta de cadeia: por que eles não entram e ficam logo por lá, com seus pares?

João Paulo Santos Mourão
31/07/2006
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Devoção religiosa?! Conversa só...

"A alienação dentro das religiões"

As entidades sobrenaturais, o pai ou mãe de santo, o adivinho-vidente-profeta, os santos e deuses...todos têm tido espaço no seio das organizações humanas, fossem em origem civilizadas ou apenas agrupais. É uma ligação antiga a do ser racional com desejos cósmicos ou astrológicos inexplicáveis ao senso-comum.
O que significa a religião humana? Por que inventamos deísmos e adorações no contexto social comunitário? Há vinculação ou deleterismos entre os cultos? Puxa, quantos questionamentos podem ser feitos para este tema...
Em casa junto à família e parentela o assunto é ensinado, entre colegas nos pátios, corredores de colégios, cursos profissionais, universidades, nos clubes recreativos, num salão de festas, na rua com amigos e mesmo no trabalho: as discussões motivadas pela convicção religiosa ou crença espiritual de cada grupo ou indivíduo provocam confrontos ridículos, às vezes ingênuos e bastante egoístas. Mas também existe a possível troca ecumênica de valores e experiências de retomada e ligação aos seres superiores.
Hoje, com a contemporaneidade intelectual advinda da globalização cultural e as multiplicadas interconexões de pensamentos pela tecnologia informativa desponta uma variedade espantosa de credos e filosofias comportamentais, ético-morais, etc.
Se outrora a população brasileira pós-colonização, a título de amostra, era preponderante no Cristianismo (sobremaneira o Catolicismo Romano herdado dos portugueses) adjunta aos cerimoniais dos silvícolas e de cultos dos africanos, a realidade agora muda muitíssimo: palpitam e esparramam por todo canto religiões ou seitas, algumas profanas e até de motivações extra-terrenas, ufológicas, vampirísticas, entre outras mais.
Toda essa mexericada confluência, pela obviedade, não está tão harmoniosa: opiniões e conceitos conflitantes dos fiéis, seguidores e adeptos destoam a paz proclamada nos ditames costumeiros e legais, geram polêmicas e brigas, violências, extravagâncias de toda ordem.
Até que ponto uma religião pode absorver a emoção, o íntimo do povo e fazer a razão da socialização esmorecer-se ao quase desleixo, apresentadas tantas lamentáveis ocorrências de guerras, conflitos, ofensas e atrocidades concretas? Pessoas que desfazem os conselhos e mandamentos de suas organizações deificantes expressam retrogressões, estupidezes, idiotices imundas.
E, sem contar os fanáticos e ideologicamente programados: vide as páginas da internet, a tevê, o rádio, o jornal impresso, os encontros de cada grupo; ali há demonstração plena do que uma sugestão mal-intencionada e realizada reiteradamente pode mover nas pessoas. É uma situação semelhante ao recrutamento militar, ou a afiliação política, ou a associação econômica,...todos têm por fundilho a propaganda sedimentar na mente, no inconsciente, no âmago da vontade de fantasia de uns para com o resto. O resultado é patético e chocante: atos insanos, situações desmesuradas de loucura coletiva, consumo de pregações e doutrinas fajutas, repugnante desconsideração da liberdade de vontade do semelhante.
Esse problema mexe com as crianças, sobretudo porque delas é que se imagina e espera o futuro, inclusive nas pactuações com o além extracorpóreo humano. De todas as coisas conversadas, umas parece ser adequada dizer: não existe religião sem cepticismo, nem ateísmo sem deísmo. E tampouco alienação sem (cons)ciência. Moral é de cada um, ética é de muitos, religião é pra alguns, civismo deveria ser geral e respeito tem que ser total. Como dizem os apassentadores mercadológicos: Shalom? Amém, sim ou não? Hein, irmão(ã)? Quanto vale a sua fé? Qüão forte é teu credo? Isso importa tanto quanto a vida real? Você respira, bebe, come, sente, excreta e transmite Deus? Ou isso é relativo? Quete incomoda, ou apraz? Só sei que tudo pode ser sabido por um auto-exame, a critério pessoal. Que a paz é responsabilidade bem além de sistemas religiosos é que estou certo e seguro. Agora, discutir isto com todo mundo que achar-me incorreto, é humanamente impossível; só sendo Deus mesmo - onipresente, onipotente, onisciente!

João Paulo Santos Mourão
31/07/2006
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