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sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Poesia de mercado e de internet (ou anti-dadaísmos puros)

Sim, leitor e leitora: hoje temos poetas em ação fora dos círculos, salões e rotas literárias oficiais, longe dos lançamentos formais; e muitos dos quais ali nascidos no momento vago entre aulas, no intervalo do serviço, na troca de turma ou de turno, entre um trabalho e outro, na pausa da fila de repartição, na parada de almoço ou de jantar.
Chamemo-los de tecnopoetas - pois hoje também os suportes, domínios e plataformas são outros: a tecnopoesia ganha o mundo em frações de segundos, por várias mídias. Nós, os críticos e resenhistas, é que estamos a nos adaptar aos novos formatos e pensares deles.
Cada vez maior é o número de poesias propaganda, poemas para publicidade: dos mais ricos e requintados públlicos até os mais paupérrimos e desclassificados consumidores da massa. É aí que a poesia passa de linguagem abstrata a concreta, de mero ler de fruição a austero ler de desejo: o fetiche em verso e reverso!
Daí ela passa de boca em boca, de mensagem em mensagem, de email em email, até que seja capturada, adaptada e reescrita para fins de mercantilização; a essa altura, o autor ou a autora original já foi desconsiderado(a) e apagado(a) do cenário.
Então, o viral de internet até a camiseta da campanha logo chegam às lojas, depois aos públicos consumidores, os quais compartilham a nova moda do momento entre si, até que surja outra melhor e mais nova, além de supostamente muito melhor.
Um dia essa poesia chega ao autor verdadeiro ou autora verdadeira e - em geral - êle (èla) descobre o quanto sua mensagem fora modificada e alterada.



Mas agora já é tarde demais; não adianta chorar a ideia tomada. É preciso saber lidar com esse novo sistema e seus operadores.

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