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terça-feira, 2 de setembro de 2008

I Encontro Nacional da Juventude do Campo e da Cidade


arte simbolizando o basta ao desrespeito com o Nordeste
e sua gente, feito por este país etnófobo e racista


Avaliação do I ENJCC, pela Brigada de Comunicação do encontro:

Entre os dias 11 e 15 de agosto de 2008 a Universidade Federal Fluminense, em Niterói, no Rio de Janeiro, recebeu jovens de todo o país para o I Encontro Nacional da Juventude do Campo e da Cidade. O encontro, organizado por 24 movimentos populares de trabalhadores, desempregados, negros, mulheres, sem-teto, estudantes e camponeses, fez parte do Curso de Formação Política da Juventude Campo-Cidade, que em alguns estados já está em pleno vigor.

Assim como outras executivas de curso, a Enecos se fez presente pela participação de alguns militantes das Regionais Nordeste I, II e II e Sudeste II e III e Centro Oeste que participaram e contribuíram para a realização do encontro. Compondo a brigada de Comunicação, cobriram as atividades com registros em foto e vídeo, auxiliaram na divulgação para a mídia alternativa fluminense e reforçaram a comunicação entre os participantes através do jornal mural "O Cirandeiro", espalhado em três pontos estratégicos do encontro.

Sempre em diálogo com a organização e com a Comissão Político-Pedagó gico do encontro, também foi garantido um importante espaço de discussão com a inclusão do eixo temático "Comunicação e Cultura Popular", que numa terça-feira à tarde na beira da Baía de Guanabara reuniu cerca de 50 jovens de diferentes estados e militâncias para discutir a criminalização dos movimentos sociais pela grande mídia, e propor formas alternativas em suas lutas cotidianas. Além disso, também foram realizadas duas oficinas: uma sobre Produção de Cultura e outra sobre Mídia Alternativa. Seguindo a lógica da formação de multiplicadores cada uma produziu um zine, que foi distribuído entre participantes do encontro de diversos estados para que esses fossem reproduzidos nacionalmente.

Durante o encontro os estudantes de comunicação presentes ainda puderam se reunir para uma breve apresentação da Executiva, para aqueles que não a conheciam, como também uma avaliação de sua atuação no ENECOM (no qual muitos estavam presentes) e no próprio ENJCC. Nesta oportunidade, ainda foi discutido entre os estudantes do Rio de Janeiro e de Viçosa a possibilidade de se realizar um Erecom conjunto da Sudeste II e III na Universidade Federal de Viçosa, além de ter sido realizada paralelamente ao encontro a primeira reunião da Regional Rio após o ENECOM.

O I ENJCC, que contou com a participação de mais de mil jovens, impressionou tanto os encontristas quanto a comissão organizadora, sendo no final avaliado positivamente. Entre as atividades realizadas no encontro podem-se destacar: o painel de conjuntura e sociedade que contou com as falas de Gilmar Mauro e Rafael Vilas-Boas, ambos do MST; a homenagem à Olga Benário com a presença de sua filha Anita Prestes e à Josué de Castro, com a presença de sua filha Ana Castro e o dirigente nacional do MST João Pedro Stédile; os tendéis regionais, auto-organizados pelas delegações de estado, que apresentaram um pouco de sua cultura e de suas lutas; as diversas apresentações culturais, destacando-se o músico Pereira da Viola, que abriu o encontro com um belo discurso sobre o uso da arte nas lutas pela transformação social (afirmando a importância dada pelos movimentos sociais ao debate sobre cultura que temos travado dentro da executiva) e dos MC´s Júnior e Leonardo, que encerraram o encontro colocando homens e mulheres do campo e da cidade para dançar ao som de funk "sem falar palavrão e sem chamar mulher de piranha", como lembraram os próprios durante a apresentação; as místicas realizadas diariamente que emocionavam a todos e todas e fortaleciam o espírito de coletividade do encontro; e, claro, o inesquecível ato que encerrou as atividades na sexta-feira no centro do Rio de Janeiro, contando com em torno de 1400 pessoas.

Na concentração do ato, na Praça da Candelária, foi apresentada uma esquete organizada por participantes do Centro do Teatro do Oprimido do Rio denunciando a atuação do BOPE nas favelas cariocas, que terminou com um grande "sai do chão, sai do chão quem é contra o caveirão". O ato, repleto de palavras de ordem e bandeiras vermelhas e de movimentos sociais, chamou a atenção de quem passava pela rua e, muitos se incorporaram à manifestação, que fez protestos em frente ao prédio do Ministério da Educação, da Vale do Rio Doce, do Consulado dos Estados Unidos (onde foram jogadas bexigas com tinta vermelha e colados cartazes contra o imperialismo norte americano), terminando em frente ao prédio do Tribunal de Justiça, onde todos os manifestantes se sentaram no chão e leram em alto e bom som o manifesto da Marcha da juventude contra a criminalização dos movimentos sociais e a violência do Estado.

A grande mídia, como sempre, dedicou ao ato apenas alguns segundos de sua sagrada programação global, noticiando um "protesto com cerca de 500 manifestantes que pediam o fim do analfabetismo e acesso à educação". Nas imagens, apenas alguns estudantes e o (leve e sem maiores efeitos) embate com a polícia, diminuindo em muito o número de participantes e as bandeiras políticas levantadas, além do alto grau de organização da manifestação.

por Brigada de Comunicação do I Encontro Nacional da Juventude do Campo e da Cidade


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