Após
passar por meu caminho habitual pela biblioteca universitária, cheguei à
Livraria da UFPI (Monsenhor Melo) e lá encontrei meu colega de "dois dedos
de prosa" empertigado com seu ofício de elaborar coletâneas de aforismos e
máximas da sabedoria dos escritores piauienses, principalmente.
Como
era oportuno, comentei com ele sobre umas novidades a que tivera acesso no
campo da biblioteconomia. E o que mais me surpreendera era sobre a história de
tal ciência organizacional do conhecimento: das pinturas rupestres, passando
por placas de argila, tipos ideogramáticos orientais, papiros, até os
manuscritos dos copistas, a (im)prensa gutemberguiana, as brochuras medievais
com iconografias, as enciclopédias e coletâneas modernas, os tomos e volumes, e
livros, e capítulos, e parágrafos, e linhas, e palavras hodiernas.
Então
lhe falei que, na Universidade de São Paulo, já fazem mais de 30 anos da
implantação de um sistema integrado de bibliotecas daquela briosa universidade
brasileira, de modo que - hoje - um aluno pode ter acesso a qualquer título
(livro, revista científica, periódico, etc.) de forma digital, através de
pontos de consulta com acesso à intranet (rede interna de dados, local) ou
mesmo de seu netbook, celular, tablet... com acesso à internet (rede externa de
dados, mundial).
Houve
e há por parte dos biblioteconomistas brasileiros dos mais diversos setores do
conhecimento um esforço sobre humano para digitalizar seus acervos,
principalmente obras raras, as quais têm risco de decomposição de seus acervos,
principalmente obras antigas raras, as quais têm risco de depreciação ou
comprometimento de conteúdo devido às intempéries. E com o acessar disponível,
aparecem as bibliotecas virtuais globo afora.
O
que há de mais importante nesse processo diz respeito ao escritor e à livraria
do futuro: os livros de hoje serão meros catálogos para consulta antes da
compra do material digital. Logo, as livrarias serão compostas de monitores ou
projetores de hologramas com toda a listagem de seu acervo digital em
convivência com os tradicionais expositores, prateleiras com os atuais livros e
revistas em papel, plástico,... como já é.
Não
é radicalizar a ponto de dizermos que as bibliotecas e livrarias de hoje serão sebos
ou museus amanhã! Contudo, é preciso sermos realistas e compreendermos que a
evolução torna-se inarredável, inevitável: o conhecimento, o saber da
humanidade vai circular em novas plataformas; daqui há pouco, nossos jovens e
adolescentes serão responsáveis por uma acessibilidade, uma usabilidade e uma
operatividade do sistema cultural e intelectual cada vez mais versátil.
A
educação à distância, com tutores-professores virtuais, e-books (ou e-livros,
em português), provas via computador, além de aulas via web conferência e
plataforma multimídia já nos sinalizam para o que devemos presenciar
brevemente. O jornalismo colaborativo, com notícias de todo tipo em real time
(tempo real), a comunicação colaborativa e a troca de dados e informações via
redes sociais na internet, enfim, o ao vivo de verdade mesmo: isso é um estágio
de transição entre uma e outra geração - sem grandes choques ou conflitos
ideológicos -, até porque a mania é se reciclar!
Os
núcleos e centros de pesquisa de excelência interagem velozmente, as
descobertas e as inovações não demoram tanto a surtir efeitos por causa das
novas tecnologias; e tudo começa lá: na biblioteconomia.
Portanto,
para ser sucinto: aprender a reaprender, em tempos e lugares cosmopolitas
proporcionados pelo instantâneo acesso ao saber universal, ao conhecimento de
ponta e altas habilidades (aliadas a inteligência artificial) são o prenúncio
do futuro - seja ele escrito ou não - e da vida, em todos os sentidos.
Vamos
ler o mundo com novos olhos, ouvidos e tato também.
João Paulo
Santos Mourão (graduando em Comunicação Social – Jornalismo/UFPI)
22/03/2012
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