Chuva de verão na universidade
Antes do final da aula de Metodologia da Pesquisa
Científica, olho pela janela da sala: começou a chover grosso. Lá dentro,
aparentemente ao mesmo tempo, as lâmpadas dão um sinal de oscilação de energia
elétrica e piscam estranhamente. O professor consulta brevemente o seu relógio
de pulso; a aula termina em seguida.
Saindo da sala, no pátio a água pluvial flui torrencialmente
e o tempo esfria, o ar torna-se úmido, relâmpagos e trovões pontificam: a
estação das chuvas já está no auge! A universidade, com o vento, fica com seus
espaços cobertos e com áreas livres repleta de gente a se abrigar; muitos
aproveitam o momento para conversar e se abraçar, e alguns até a se beijar. Nos
banquinhos, carteiras e mesas há debates eufóricos sobre qualquer coisa ( ) mas
o clima está influindo nisso também.
Até os gatos, cães e pássaros estão diferentes. Uma mulher
sorri e me cumprimenta no corredor da sala dos professores e retribuo-lhe com
um sorriso também. Pessoas transitam indecisas, eu sigo a praça das plantas
exóticas e relaxo um momento, recostado a uma coluna de concreto, aprecio a
paisagem e a situação. A coruja de metal, na sua sapiência, tudo espera imóvel
e inatingível. As gotas caem do teto, batem em pedras de seixo e avolumam-se
para depois serem sorvidas pelo chão antigo. Agora, goteja; aos poucos,
chuvisca, até serenar...
Não há mais tempo para contemplação e ócio, os estudantes,
funcionários, servidores, professores e transeuntes voltam à rotina
corriqueira. O fluxo normaliza-se e a última gota d’água ali na pedra, orvalha,
até que evapora e sublima na nuvem de outra hora, de outro local. (Alguns
felizes comentam o banho de chuva, o vento, o ar, o tempo ameno e o clima
novo).
jpsm
2012 ou s/d ?
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